Mercado

Dólar a R$ 5,46 e bolsa com queda superior a 2% após Ata do Copom

Ibovespa voltou ao patamar de 158 mil pontos, com tom mais duro do Banco Central e cenário político incerto

Alta do dólar -  (crédito: Pixabay)
Alta do dólar - (crédito: Pixabay)

O dólar teve uma alta mais forte nesta terça-feira (16/12), após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgar a ata da última reunião do ano, que veio em tom mais duro e manteve a percepção de taxa de juros elevada por um “tempo bastante prolongado”. A incerteza fez com que o real depreciasse ao longo do dia, com o dólar fechando em alta de 0,73% ante a moeda brasileira, cotado a R$ 5,46.

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Após manter a Taxa Selic em 15% ao ano, os diretores avaliaram que o “cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária”. Além disso, o comitê considera que a “estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta”.

O analista de investimentos Felipe Sant’Anna destaca que o estresse por conta da Ata do Copom é um reflexo da esperança que parte dos agentes mantém sobre um possível corte dos juros a curto prazo. “Parte do mercado insiste em acreditar que vai ter um corte na Selic. Era um corte para outubro, era um corte para novembro, era um corte para dezembro, agora já estamos falando em janeiro, mas os comunicados do Banco Central têm colocado um balde de água fria nessas leituras”, comenta.

Segundo o especialista, o BC já deixou claro o movimento atual e não teria motivos para haver surpresa no mercado em relação a um possível corte de juros na próxima reunião. “Para mim está muito claro, há muitos meses que não tem corte de juros. Mas como o mercado insiste em se enganar, cria essas narrativas de que vai ter festa, de que vai ter corte e quando vem as notícias reais, ele chora, ele se emburra, pega a bola do campinho e vai para casa. E é isso que está acontecendo hoje”, completa o analista.

Cenário eleitoral

Além da política monetária, outro assunto que permeou o noticiário político e econômico nesta terça-feira foram novas pesquisas eleitorais para 2026, que demonstram favoritismo do deputado federal e pré-candidato Flávio Bolsonaro na disputa presidencial em um cenário com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O filho 01 do ex-presidente teria 23% contra 10% do ex-ministro da Infraestrutura.

“Uma das justificativas para essa volatilidade (dos mercados) foi justamente o resultado das últimas pesquisas eleitorais que mostra o presidente Lula vitorioso no segundo turno para qualquer cenário. E o mercado entende, então, que o candidato Flávio Bolsonaro, representando um candidato mais pró-mercado, tem poucas chances de ganhar as eleições”, comenta o economista-chefe da Bluemetrix Asset, Renan Silva.

Ainda nesta terça-feira, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) registrou uma queda substancial de 2,42%, aos 158.557 pontos, com as ações da Petrobras (PETR4) pesando no resultado geral, após cair 3,03% no dia. A queda de valor nas ações da maior estatal brasileira ocorre no mesmo dia que o petróleo internacional atingiu o menor valor desde 2021.

Os papeis de bancos também ajudaram a puxar para baixo a bolsa brasileira durante as operações. Os ativos do Banco do Brasil (BBAS3) recuaram 1,36%, enquanto as do Bradesco (BBDC3) perderam 2,75%. Já as ações do Itaú Unibanco tiveram uma queda de 2,58% ao final do pregão.

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postado em 16/12/2025 21:48
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