
A qualidade das estradas brasileiras ainda está muito abaixo do ideal em 2025. Em mais de 114 mil quilômetros de rodovias analisadas pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), 62,1% estão em condições regular, ruim ou péssima. Essa definição considera tanto pavimento quanto sinalização e geometria da via e está disponível na Pesquisa CNT de Rodovias 2025, divulgada nesta quarta-feira (17/12).
O levantamento revela que a geometria da via é o ponto mais crítico nas estradas pavimentadas do país. De todas analisadas pelo estudo, apenas 37,8% são consideradas boas ou ótimas, sendo 13,2% ainda estão em péssimas condições. Em relação ao pavimento, 32,5% das rodovias estão em ótima condição, mas mais da metade (56,5%) ainda se encontram em estado regular, ruim ou péssimo.
No âmbito da sinalização, problemas como a falta de acostamento e a má visibilidade das faixas centrais e laterais ainda estão muito presentes nas rodovias do país. Quase 40% das estradas analisadas apresentam as linhas centrais desgastadas ou, até mesmo, inexistentes. Além disso, 73,6% das rodovias não têm sequer acostamento e 29% não são sinalizadas em curvas perigosas.
Falta de investimento
Durante a coletiva de apresentação da pesquisa, a diretora-executiva da CNT, Fernanda Rezende, destacou a falta de investimento em infraestrutura rodoviária nos últimos anos no país. Um dado destacado pela pesquisa é que ao comparar o período entre 2015-2019 com 2020-2024, houve uma queda de 6,9% dos recursos investidos na malha rodoviária nacional.
“Quando se tem qualquer contingenciamento fiscal orçamentário, o primeiro recurso que se corta é o recurso é o investimento em infraestrutura. Então é muito importante que todos nós trabalhemos juntos para que, quando ocorrer essa situação, o recurso de infraestrutura não seja cortado’, destacou a diretora.
De acordo com cálculos da CNT, seria necessário um investimento de R$ 49,93 bilhões por ano para recuperar as rodovias federais. Desde 2019, a média anual aplicada pelo governo federal foi de cerca de R$ 10 bilhões. “Quando você tem investimento em infraestrutura, ele é fundamental para melhorar a qualidade do transporte, como eu mostrei inicialmente, melhorando a qualidade do transporte tem impacto direto na qualidade da sociedade e ele também é importante para gerar empregos”, acrescentou.
Já o presidente da entidade, Vander Costa, destacou o sucesso das concessões nas rodovias federais e estaduais e acredita que esse modelo vai impulsionar nos próximos anos a qualidade da malha rodoviária brasileira. Ele destacou ainda que, com poucos recursos, é possível investir em sinalização, que apesar de não resolver o problema da qualidade da pavimentação, aumenta a segurança para os motoristas.
“Importante a gente continuar trabalhando com o governo para pelo menos manter o nível de investimento atual, privatizar o que for possível, e é possível privatizar as rodovias que já têm uma demanda consolidada que viabiliza o projeto e principalmente ter recursos públicos para investir nas regiões mais carentes, onde não tem atrativo para a privatização”, destacou Costa.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Saiba Mais

Economia
Economia
Economia
Economia
Economia
Economia