
Assunção — Inaugurado em julho para receber os Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção-2025, o chamativo Centro Aquático Olímpico (CAO) do Paraguai reacendeu a esperança do Brasil no primeiro dia de disputas da natação. Nas piscinas da capital paraguaia, os atletas brasileiros dominaram e empilharam medalhas. Os bons resultados da nova geração aumentam o brilho da faísca da tentativa de voltar a aparecer com destaque em meio ao cenário internacional da modalidade depois de resultados gerais negativos em torneios de elite.
Historicamente, a natação rendeu medalhas importantes para o Time Brasil, como nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, Londres-2012 e Pequim-2008. Em Mundiais, o desempenho total apresenta mais de 50 medalhas conquistas por brasileiros em mais desde 1973. Por isso, o quadro zerado na edição olímpica de Paris-2024 e no campeonato da modalidade na Singapura, em julho, amplificou o sinal de alerta sobre a necessidade de evolução de conceitos internos de preparação de talentos para se colher resultados no futuro.
Por isso, brilhar no Pan Júnior de Assunção-2025 pode servir como uma injeção de estímulo visando sucesso nos ciclos olímpicos de Los Angeles-2028 e Brisbane-2032. Quem ganhar medalhas de ouro na capital paraguaia, por exemplo, conquista vaga para competir no Pan adulto de Lima-2027. No domingo (10/8), a natação brasileira conquistou nove medalhas no Centro Aquático Olímpico (CAO), se consolidando como o principal destaque da largada da modalidade.
Stephan Steverink (ouro, 400m livre), Ana Júlia Amaral (ouro, 200m borboleta), Gustavo Saldo (ouro, 200m borboleta, recorde pan-americano), revezamento 4x100m livre feminino (ouro), revezamento 4x100m livre masculino (ouro), Guilherme Camossato (prata), Gabriel Moura (prata), Letícia Fassina Romão (prata) e Leonardo Alcantara (bronze) subiram ao pódio. As provas de Assunção-2025 seguem até a próxima quinta-feira (14/8), sempre com brasileiros despontando com chances de colocar medalha no peito.
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No Paraguai, o Brasil tem representantes nas quatro modalidades aquáticas do programa. Entre eles, destaque para oito atletas presentes no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Singapura 2025 e em fase de transição das categorias de base para o cenário adulto. Ao todo, a delegação brasileira conta com 59 integrantes, sendo 47 atletas e 12 membros de comissão técnica. Em passagem pelo Pan Júnior, o medalhista olímpico Thiago Pereira analisou quais barreiras o país precisa vencer para voltar a performar.
O principal ponto apontado por Thiago é a consolidação das categorias de base e o esporte nas escolas. "A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), se eu não me engano, tem 13 mil atletas federados. A USA Swimming tem 350 mil. Então, para eles acharem novos talentos é muito mais fácil. Em um país com 200 milhões de habitantes... Imagina se a gente tem 50 mil federados na Confederação? A chance de você achar um novo Gustavo, Xuxa, Thiago, Cielo, é muito maior do que quando se tem 13 mil", analisou.
Presidente da Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos (CBDA), Diego Rocha Dias de Albuquerque ressalta o valor do Pan Júnior para o futuro da modalidade no Brasil e reforçou o interesse de investimento na formação. “Investir nas categorias de base é uma das prioridades da nova gestão da CBDA. É aqui que formamos o futuro dos nossos esportes e garantimos que o Brasil siga competitivo no cenário internacional. Os Jogos Pan-Americanos Júnior têm um papel fundamental nesse processo e serão uma grande oportunidade para que esta nova geração dos esportes aquáticos mostre seu potencial", destacou.
Na delegação do Brasil, o sentimento é de contar com talentos de potencial de entrega a curto prazo. "Estamos muito animados que a Seleção Brasileira tenha bons nadadores aqui. O desempenho no primeiro dia foi muito bom e está indo muito bem", afirmou Stephan Steverink, campeão nos 400m livre e atual recordista pan-americano júnior. Entre os protagonistas brasileiro do dia, destacou-se, ainda, Gustavo Francisco Saldo. Ele brilhou nos 200m borboleta, quebrando a principal marca do pan-americano júnior, com o tempo de 1min59s46.
Na primeira edição do Pan Júnior, o Brasil finalizou as disputas em Cali, na Colômbia, com um resultado expressivo em âmbito continental. Ao todo, o país subiu ao pódio em 40 oportunidades na natação: foram 19 ouros, 15 pratas e 6 bronzes, além de um bronze no nado artístico. A largada em Assunção-2025 indicou um grande potencial. Nos próximos dias de disputa, os resultados tem tudo para apontar um amadurecimento com chance de entregar resultados concretos nos próximos ciclos olímpicos.
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