
Assunção — Nem mesmo a falta de um remo, quebrado durante a competição, impediu os brasileiros da categoria quatro sem timoneiro de subir ao pódio dos Jogos Pan-Americanos de Assunção-2025. Na Baía da capital paraguaia, Andrei Alves, Diogo Gonçalves, Kayki Siqueira e Miguel Marques deram um show de atitude esportiva, competiram mesmo com um problema técnico na forqueta durante a prova e ganharam um bronze com gosto de ouro. O esforço coletivo renderá, ainda, uma homenagem promovida pela PanAm Sports.
Tudo corria normalmente para os brasileiros na capital paraguaia. Na largada da prova desta segunda-feira (11/8), os representantes do país assumiram a dianteira ao lado de chilenos e argentinos. Em meio à disputa apertada, a forqueta — peça de suporte do remo — utilizada por Miguel se soltou e deixou o atleta fora de ação. Assim, Andrei, Diogo e Kayki foram além do 100% para guiar a embarcação verde e amarela em direção à linha de chegada.
Antes atuando na proa do barco, Miguel assumiu uma função improvisada de timoneiro — o responsável por comandar o timão do remo. "Eu fiquei meio sem reação na hora, mas como era o sprint final, eu olhei para o lado e a gente estava na frente ainda. Então, eu fiquei na posição de segurança e comecei a chamar meus companheiros de equipe para ir até o final. Esse é o espírito brasileiro que nunca desiste e busca sempre trazer o melhor para o nosso país", contou.
Mesmo competindo com nítida desvantagem técnica, o quarteto do Time Brasil cruzou a linha de chegada em terceiro, com o tempo de 6m32s41. Cuba passou em quarto a pouco mais de um segundo da embarcação nacional. O ouro ficou com o Chile, com a marca de 6m19s29, e a prata foi para a Argentina, com 6m22s91. O azar do detalhe do remo não tirou a alegria de Miguel em concluir a prova na capital paraguaia. "Acaba que ficou com um gostinho de ouro, né?", vibrou o atleta.
Chefe da equipe brasileira do remo, Werner Hoher detalhou a estratégia. Utilizado para garantir o bronze, o sprint serviria, inicialmente, para tentar passar os chilenos. "Parece que um parafuso quebrou ou soltou, a gente ainda não sabe, mas ele (Miguel) ficou sentado, fazendo o papel de timoneiro, quem dirige o barco, incentivando os colegas. Mesmo com três remadores, eles remaram uns 300 metros e conseguiram manter a terceira posição para ganhar medalha. Isso nunca aconteceu", espantou-se.
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Homenagem da PanAm
Organizadora dos Jogos Pan-Americanos Júnior, a PanAm Sports reconheceu rapidamente o espaço dos brasileiros como uma plena demonstração do espírito esportivo esperado pela nova geração de competidores do continente. A organização garantiu a realização de uma homenagem para reconhecer o quarteto verde e amarelo pela atitude nas águas de Assunção. Na visão de Juan Carlos Balbi, presidente da Confederação Sul-americana de remo, nem mesmo o ouro da prova se equipararia ao feito dos atletas do país.
“Eles poderiam muito bem ter parado de remar, mas continuaram com muita garra, mostrando que o nosso grupo está muito unido e muito forte. O espírito de equipe, a cooperação entre eles, foi o diferencial para completarem a prova. Além das medalhas, isso é uma atitude esportiva de muito valor, que vai agregar muito para o nosso grupo, para a gente seguir lutando até o fim da competição e trazer mais medalhas ainda para o nosso Brasil”, elogiou Hoher.
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