Por Sofia Sellani*
A conclusão do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) amplia as chances na vida profissional dos trabalhadores. A constatação é da análise “Educação de Jovens e Adultos: Acesso, Conclusão e Impactos sobre Empregabilidade e Renda”, apresentada pelo Itaú Educação e Trabalho em parceria com a Fundação Roberto Marinho.
A pesquisa, realizada a partir de microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), avaliou o desempenho de pessoas de 19 a 24 anos e mostra aumento de, em média, 7,5% na renda mensal do trabalho. Em comparação, no meio de jovens de 19 a 29 anos, o crescimento é de 4,5%.
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Panorama da pesquisa
Para os pesquisadores, a mudança positiva espelha o impacto imediato do diploma obtido pelo EJA. Segundo Diogo Jamra, gerente de Monitoramento, Avaliação, Articulação e Advocacy do Itaú Educação e Trabalho, o programa auxilia aqueles que não conseguiram concluir os estudos. “Essas pessoas são o resultado de um longo processo de exclusão, é necessário olhar para essa população e buscar uma forma de fazer com que a EJA tenha significado", afirmou. Para Jamra, dialogar com necessidades do público reflete a qualificação profissional.
Entretanto, a pesquisa exibe que a permanência nos estudos podem ser comprometidos por fatores socioeconômicos e demográficos. Apontado pelo Censo Demográfico de 2022, 66,6 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais estão fora da escola ou não concluíram a educação básica. Entre o resultado, 11,4 milhões são analfabetos.
Resultados
A pesquisa aponta que os efeitos positivos na vida de jovens e adultos é instantâneo. Para Alexandre da Silva, 43, que se graduou em Sistema de Informação após ter integrado a EJA, “ Estudar no programa me incentivou a buscar uma faculdade”, afirmou. Atualmente, Silva é engenheiro de software.
No entanto, os dados exibem que barreiras como idade, trabalho, responsabilidades domésticas e residir em áreas dificultam o acesso à modalidade.
O estudo também analisou quais participantes têm maior probabilidade de obter a certificação no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). O feito mostra que o número de registros caiu gradualmente, saindo de 1,6 milhão em 2022 para 900 mil em 2024.
Os dados também revelam que a quantidade de inscritos que não realizam a prova é alta, onde 58% dos 1,2 milhão de inscritos em 2023 não compareceram à avaliação. Nesse mesmo ano, apenas 46% dos candidatos foram aprovados. O apontamento afirma que quanto maior a faixa etária, menor é a chance de obter a certificação.
Entretanto, para a especialista em dados de juventudes, educação e mercado de trabalho Katcha Poloponsky, o investimento na política pública é essencial para que o número de matrículas volte a subir. Disse que “ainda temos desafios”, mas que a pesquisa reafirma o caráter do direito fundamental da educação.
*Estafgiária sob supervisão de Jaqueline Fonseca
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