Buenos Aires — O presidente da Argentina, Javier Milei (La Libertad Avanza), repetiu nesta terça-feira (9/9) que não vai recuar “um milímetro” no programa econômico de governo. A fala vem dois dias após uma derrota importante do partido dele nas eleições da província de Buenos Aires, a mais importante do país, que refletiu no mercado interno e em meio a uma crise envolvendo denúncias de corrupção no governo.
Milei afirmou que a prioridade da gestão segue sendo o equilíbrio fiscal, o mercado monetário restrito e a manutenção das bandas cambiais acordadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a quem a Argentina deve US$ 20 bilhões a partir de um acordo feito em abril.
A declaração do presidente argentino veio em resposta a uma publicação feita pelo ministro da Economia do país, Luis Andrés Caputo, que disse que o governo segue em colaboração com o FMI.
“A equipe do FMI está em estreita colaboração com as autoridades argentinas na implementação de seu programa para consolidar a estabilidade e melhorar as perspectivas de crescimento do país”, afirmou em uma publicação em seu perfil no X.
“Apoiamos seu compromisso em garantir a sustentabilidade da taxa de câmbio e da estrutura monetária do programa, bem como sua adesão contínua à âncora fiscal e à agenda abrangente de desregulamentação”, concluiu.
No acordo com o FMI, a Argentina se comprometeu com algumas metas econômicas, tais como o acúmulo de reservas cambiais, a apresentação e aprovação de reformas tributária e econômica, novas privatizações e revisão em leis trabalhistas.
O governo também se comprometeu a encerrar restrições a compra de moeda estrangeira e a adoção da política de câmbio flutuante.
Interferência no dólar
Embora Milei e a equipe econômica tenham sido taxativos em julho ao dizer que não interferiram na flutuação do dólar, a desvalorização do peso frente à moeda norte-americana cresceu no último mês e o governo anunciou que o Tesouro venderia dólares para controlar a alta.
No mesmo dia, a ex-presidente Cristina Kirchner — principal nome da oposição na Argentina, que cumpre prisão domiciliar por uma condenação por corrupção — publicou uma carta pública criticando Milei pela condução da economia.
“Há mais de um ano eu te disse (por escrito e em mais de 30 páginas) que o verdadeiro problema da economia argentina era seu caráter bimonetário, agravado por um endividamento criminoso em dólares”, pontuou Kirschner em 2 de setembro.
“Viu como ser comentarista de TV é bem mais fácil do que ser presidente na Casa Rosada?”, ironizou.
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