ELEIÇÕES 2022

Eleição 2022: mesmo com nomes da 3ª via, Lula segue com larga vantagem sobre Bolsonaro

Ex-presidente segue como opção para maioria dos brasileiros em um possível turno contra o atual chefe do Executivo. Rejeição de Bolsonaro também é maior entre pré-candidatos

Talita de Souza
postado em 17/09/2021 16:15
 (crédito: AFP)
(crédito: AFP)

Se o segundo turno das eleições para a cadeira de chefe do Executivo fosse decidido nesta sexta-feira (17/9), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria o novo presidente da República, com 56% dos votos. É o que mostra nova pesquisa do Instituto Datafolha, feita entre esta segunda e quarta-feira (13 e 15/9), que ouviu 3.667 eleitores em 190 cidades. Bolsonaro (sem partido) representa 31% das intenções de voto.

O estudo revela que, mesmo com a inserção de nomes da chamada “terceira via”, o cenário permanece com o ex-presidente em vantagem.

Os dados mostram que, desde julho, o cenário permanece estável. Ou seja, a corrida eleitoral sofre uma dormência em que nem Lula está mais em um momento de subida, nem Bolsonaro está no caminho contrário.

A falta de engajamento dos brasileiros aos novos rostos inseridos na pesquisa mostra que Lula e Bolsonaro podem ser os protagonistas das eleições, sem espaço para uma terceira via. Isso porque, no primeiro turno, Lula sai em primeiro lugar (46%) e Bolsonaro vem atrás (25%); seguido por Ciro Gomes (PDT), com 8%, e João Doria (SP), com 4%.

Nem Datena, nem Pacheco 

Os nomes ventilados pelo Centrão e opositores do petista e do chefe do Executivo também não mudam o cenário desenhado para 2022. Para disputar com os quatro presidenciáveis declarados - Lula, Bolsonaro, Ciro e Doria - no primeiro turno, o Datafolha inseriu cinco nomes no levantamento e o resultado foi decepcionante para uma terceira via.

O apresentador José Luiz Datena, recém filiado ao PSL, obteve a mesma margem de Doria, 4%; já a senadora Simone Tebet (MDB), que ganhou popularidade pelo trabalho na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, conquistou 2% das intenções de voto dos entrevistados. O colega, e presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM), aparece como preferência de 1% dos brasileiros, assim como o ex-ministro Aldo Rebelo (sem partido).

Por fim, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), oficializado como pré-candidato à Presidência pelo partido, na última sexta-feira (10/9), não pontuou.

Perfil dos eleitores de Lula e Bolsonaro

O ex-presidente Lula tem o apoio dos mais pobres, de até 34 pontos acima de Bolsonaro; dos menos escolarizados (31 pontos); dos jovens (29 pontos) e de mulheres (25 pontos).

O atual chefe do Executivo, por sua vez, mostra que é preferido pelos mais ricos, em uma vantagem de 42% a 23% de Lula. Apesar da crescente rejeição de evangélicos, Bolsonaro ainda é preferido com 36% dos votos.

Para conseguir a vitória, uma estratégia é conversar com os extremos que os rejeitam. Lula já afirmou, nas redes sociais, que o objetivo dele é conversar com todos os núcleos da sociedade, inclusive com mais ricos e evangélicos. 

Enquanto isso, o atual presidente busca agradar os apoiadores de Lula. A nova estratégia bolsonarista é aumentar o valor do Bolsa Família, em uma nova edição do programa que foi criado por Lula em 2004, e que ainda está em discussão. Nesta quinta-feira (16/9), o presidente editou decreto que aumenta o Imposto sobre operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF) para financiar uma ampliação do Auxílio Brasil (nova nomenclatura para o Bolsa Família), até o fim do ano. Com maior lucro, o auxílio poderá aceitar mais beneficiários.

Rejeição de Bolsonaro segue em alta

A pesquisa mostra que 59% dos entrevistados não votariam de forma alguma em Bolsonaro em 2022. É a maior rejeição entre os nomes inseridos na pesquisa. Lula segue como segundo candidato com maior negativa (38%) e Doria é o terceiro (37%).

 

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    Ex-presidente brasileiro (2003-2011) Luiz Inácio Lula da Silva, dá entrevista coletiva no prédio do sindicato dos metalúrgicos em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, Brasil, em 10 de março de 2021. A sentença que anulou ex As convicções de corrupção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva viraram a política brasileira e geraram um confronto eleitoral potencial entre o ícone da esquerda manchado e seu inimigo, o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro. / AFP / Miguel SCHINCARIOL Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP
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