
O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, reafirmou nesta quarta-feira (6/8) que a conferência climática da ONU será realizada em Belém (PA), mesmo diante da pressão internacional causada pelos preços elevados da rede hoteleira na capital paraense. Em audiência na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, o embaixador afirmou que o governo segue negociando com o setor para garantir hospedagem a preços viáveis durante o evento, marcado para novembro.
A declaração vem após o presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, anunciar que não comparecerá à COP30 devido ao custo das diárias. Segundo Corrêa do Lago, ao menos 25 países manifestaram preocupação com os preços praticados em Belém e pediram a transferência do evento para outra cidade. Apesar da pressão, o governo brasileiro mantém a realização da conferência no Pará como decisão definitiva.
De acordo com o diplomata, é comum que grandes eventos provoquem aumento nas tarifas de hospedagem. No entanto, ele explicou que, para encontros como a COP, a expectativa é que os valores dobrem ou, no máximo, tripliquem. Em Belém, os preços chegaram a ser 15 vezes maiores que o habitual. “A Presidência passou a intervir quando isso começou a afetar o andamento da COP. Quando um país diz que não vai vir, isso impacta diretamente nossas negociações”, afirmou.
Corrêa do Lago também disse que o governo está avaliando soluções, mas afastou a possibilidade de realocar a conferência para outras capitais com maior infraestrutura, como São Paulo ou Rio de Janeiro. “Sim, vai ser em Belém. Eu tenho dito que não há plano B. O plano B é B de Belém”, afirmou. Ele ressaltou que a escolha da cidade tem significado simbólico e político.
“Queremos mostrar os desafios que ainda temos pela frente e realizar a conferência em um lugar que não é decorativo. É uma negociação muito séria, em um espírito muito sóbrio”, disse o presidente da COP30. Para ele, Belém representa o retrato da maioria das cidades do mundo: médias e em desenvolvimento. Por isso, manter a sede da conferência no Pará é uma decisão estratégica para chamar atenção global à realidade da região amazônica.
O evento será realizado de 10 a 21 de novembro, e deve reunir mais de 40 mil pessoas entre diplomatas, chefes de Estado, pesquisadores e ativistas ambientais. O governo federal e a organização da COP intensificaram as tratativas com o setor hoteleiro local para conter a inflação de preços e garantir a participação plena dos países-membros da ONU.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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