TENTATIVA DE GOLPE DE ESTADO

Cármen Lúcia aponta Mauro Cid como autor de crimes no 8 de janeiro

Ministra destacou que colaboração premiada é válida, mas reforçou que ex-ajudante de ordens não foi mero espectador

Segundo a ministra, a colaboração de Cid admite o envolvimento em diferentes etapas da articulação golpista, incluindo a produção de provas falsas contra o sistema eleitoral -  (crédito:  Antonio Augusto/STF)
Segundo a ministra, a colaboração de Cid admite o envolvimento em diferentes etapas da articulação golpista, incluindo a produção de provas falsas contra o sistema eleitoral - (crédito: Antonio Augusto/STF)

No voto proferido no julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, a ministra Cármen Lúcia afirmou que a participação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente, está amplamente comprovada nos autos.

A magistrada ressaltou que ele não foi apenas um observador, mas um agente ativo da organização criminosa. “Não se sustenta a afirmação de que atuou como mero espectador. Houve participação efetiva, com práticas criminosas devidamente comprovadas”, declarou.

Segundo a ministra, a colaboração premiada de Cid admite o envolvimento em diferentes etapas da articulação golpista, incluindo a produção de provas falsas contra o sistema eleitoral.

Ela destacou que os registros de comunicações, documentos e diálogos extraídos de seu celular comprovam a sintonia com outros integrantes da organização, como Jair Bolsonaro e Augusto Heleno. “Ele garantiu a circulação de documentos, orientou ações e manteve interlocução com manifestantes”, afirmou.

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Cármen Lúcia frisou que não se tratava apenas de "bravatas ou conversas de bar", mas de condutas concretas que se enquadram nos tipos penais imputados. Entre elas, a magistrada mencionou a participação em reuniões, o repasse de informações estratégicas e até a solicitação de recursos financeiros para manter o movimento.

Para ela, o conjunto probatório demonstra que Cid estava inserido de forma consciente e voluntária na dinâmica criminosa.

Ao encerrar sua análise, a ministra reconheceu a validade da colaboração premiada firmada por Cid, mas reforçou que isso não o isenta das responsabilidades criminais. “Ele atuou verdadeiramente como um dos autores dos crimes praticados. A dosimetria da pena e a adequação da concessão dos benefícios serão avaliadas no momento oportuno”, concluiu. 

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postado em 11/09/2025 16:26 / atualizado em 11/09/2025 16:27
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