Coação

Eduardo Bolsonaro diz que denúncia da PGR é "fajuta" e nega coação

Parlamentar foi denunciado por pleitear sanções ao Judiciário brasileiro para, segundo a PGR e a PF, atrapalhar processos em curso contra seu pai no STF

O filho 03 de Bolsonaro (foto) disse que seu objetivo era impor sanções apenas a Alexandre de Moraes -  (crédito: Divulgação/Eduardo Bolsonaro)
O filho 03 de Bolsonaro (foto) disse que seu objetivo era impor sanções apenas a Alexandre de Moraes - (crédito: Divulgação/Eduardo Bolsonaro)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) negou, nesta segunda-feira (22/9), que tenha cometido de coação ao pedir às autoridades norte-americanas sanções contra o Judiciário brasileiro. O posicionamento foi publicado nas redes sociais logo depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciá-lo ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O filho 03 de Bolsonaro disse que a denúncia é “fajuta” e foi apresentada por “lacaios de Alexandre de Moraes na PGR”. O posicionamento foi assinado em conjunto com o blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo, também denunciado.

Eduardo argumentou que o timing da apresentação da denúncia é suspeito, já que também hoje os Estados Unidos anunciaram novas sanções a brasileiros. Uma das sanções foi contra Viviane Barci de Moraes, mulher do ministro Alexandre de Moraes; e outra ao advogado-geral da União, Jorge Messias.

“O momento da publicação, logo após novas sanções dos EUA, evidencia a perseguição política em curso. Mas é uma perda de tempo: não nos intimidaremos. Pelo contrário, isso apenas reforça o que temos afirmado repetidamente – que a anistia ampla, geral e irrestrita é o único caminho para o Brasil. Meias-medidas apenas agravarão o problema”, afirmou Eduardo Bolsonaro.

O deputado licenciado também disse que, por estar nos Estados Unidos, está sob a jurisdição da constituição norte-americana e que, por isso, teria o direito de peticionar ao governo dos EUA para “corrigir abusos e injustiças”.

“A mera criminalização do exercício de um direito constitucional em outra jurisdição configura prática de repressão transnacional contra U.S. Persons (categoria que inclui cidadãos dos EUA, residentes permanentes ou nos EUA por tempo prolongado)”, disse o parlamentar.

Denúncia

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou uma denúncia nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo por crime de coação no curso do processo.

A denúncia foi apresentada no mesmo dia em que o governo do presidente norte-americano Donald Trump (Republicano) anunciou sanções à esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Desde o início do ano, ambos têm feito lobby junto a autoridades nos EUA em busca de sanções contra o Judiciário brasileiro, o que foi destacado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, na denúncia.

“O percurso estratégico relatado confirma o dolo específico de Eduardo Bolsonaro e de Paulo Figueiredo de instaurar clima de instabilidade e de temor, projetando sobre as autoridades brasileiras a perspectiva de represálias estrangeiras e sobre a população o espectro de um país isolado e escarnecido”, escreveu a PGR.

A atuação dos dois foi alvo de uma investigação da Polícia Federal, que apresentou um relatório sobre a atuação do parlamentar e do blogueiro em agosto. O relatório continha, ainda, detalhes sobre a participação do pastor Silas Malafaia. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, enviou à PGR o documento naquele mesmo mês.

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postado em 22/09/2025 17:19 / atualizado em 22/09/2025 17:21
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