JUSTIÇA

Moraes notifica redes sociais e manda PF investigar ameaças a Dino

Magistrado foi alvo de mensagens logo após votar para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro na ação da tentativa de golpe

Alexandre de Moraes e Flávio Dino durante o julgamento do núcleo 1 da trama golpista na Primeira Turma do STF em 11 de setembro de 2025 -  (crédito: Victor Piemonte/STF)
Alexandre de Moraes e Flávio Dino durante o julgamento do núcleo 1 da trama golpista na Primeira Turma do STF em 11 de setembro de 2025 - (crédito: Victor Piemonte/STF)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira (2/10) uma investigação da Polícia Federal (PF) para investigar ameaças sofridas pelo ministro Flávio Dino em 11 de setembro — quando votou pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.

“(O ministro) afirma que, logo após proferir seu voto no âmbito da ação penal 2668, passou a ser destinatário de graves ameaças contra sua vida e integridade física veiculadas na internet”, escreveu a corporação em ofício enviado a Moraes.

O ofício tem capturas de tela de comentários feitos em redes sociais. Ao menos 50 ameaças foram registradas a Dino e também ao delegado da PF Fábio Shor.

A Polícia Federal sustentou que as ameaças tinham como objetivo “obstaculizar o desempenho independente e imparcial de suas funções enquanto agentes públicos”.

O vice-presidente do STF determinou a intimação da Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), TikTok, X (ex-Twitter) e YouTube para prestar informações de diversos perfis.

Também determinou o envio dos autos à Polícia Federal para “a adoção de providências cabíveis”. Ao todo, são 40 perfis no Instagram; 20 no X; cinco no TikTok e três no YouTube.

Determinou, ainda, a inclusão da investigação ao Inquérito das Milícias Digitais do qual é relator, e que investiga a atuação de grupos criminosos na internet contra instituições e o regime democrático.

“Do exame dos fatos narrados, verifico que, efetivamente, estão abrangidos pelo objeto desta investigação”, escreveu o ministro.

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postado em 02/10/2025 19:10
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