
O relatório final da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 voltou a ter sua análise adiada na Comissão Mista de Orçamento (CMO), em decisão confirmada nesta segunda-feira (20/10). O atraso, segundo parlamentares, traz preocupações tanto do ponto de vista fiscal quanto político.
O relator da LDO na comissão, senador Efraim Filho (União-PB), explicou que a solicitação de adiamento veio do próprio governo, diante de “incertezas sobre aumentos de impostos e dificuldades em corte de gastos”. Ele alerta para os riscos que a postergação representa. “Isso coloca em risco a agenda de votação do Orçamento para 2026. E caso atrase, isso é notícia ruim para o governo, para o Congresso e pior para o Brasil”, disse ao Correio.
Para o senador, os atrasos sucessivos na análise da LDO podem comprometer não apenas o planejamento do governo federal, mas também a credibilidade das instituições: “Nosso alerta é que esses atrasos em sequência colocam em risco a agenda de votação do Orçamento para 2026”.
A deputada federal Maria do Rosário (PT), integrante da base governista, também ouvida pela reportagem, reforçou a importância de que a votação ocorra dentro do calendário previsto. Segundo ela, atrasos no passado causaram impacto no funcionamento do Estado e podem repetir-se se não houver atenção neste ano.
“Porque do ano passado, o orçamento de 2025 atrasou muito a votação. Foi votado só em 2026. Nós não queremos que repita esse atraso porque é uma peça fundamental para a organização do país. Isso afeta a saúde, a educação e a área comunitária”, explicou.
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Maria do Rosário destacou também a relação entre o calendário orçamentário e o período eleitoral: “Considerando que 2026 é um ano eleitoral, a preocupação é que as liberações tenham que ser feitas dentro do prazo determinado, sem adentrar o período eleitoral. Se o Orçamento só for votado em 2026, teremos um atraso geral naquilo que é importante para o país.”
A parlamentar afirmou que medidas estão sendo estudadas pelo Congresso para reduzir riscos de atraso, incluindo projetos de sua bancada, mas reforçou que a prioridade é construir consenso dentro do Parlamento. “O nosso trabalho é mostrar para a população que o Congresso não é inimigo do povo, mas que parte da oposição está sendo irresponsável em relação aos interesses do país”, disse.
Com o adiamento, e sem data ainda definida, a expectativa é que o governo e o Congresso busquem nos próximos dias caminhos para evitar prejuízos ao planejamento fiscal e à execução de políticas públicas em 2026.
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