INSS

CPMI do INSS: Ex-procurador foge de perguntas sobre patrimônio

Investigações apontam que Virgílio de Oliveira Filho teve uma evolução de R$ 18 milhões no patrimônio acumulado desde 2020

O ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, depôs na CPMI do INSS nesta quinta-feira (23/10). -  (crédito: Carlos Moura/Agência Senado)
O ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, depôs na CPMI do INSS nesta quinta-feira (23/10). - (crédito: Carlos Moura/Agência Senado)

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Instituto Nacional do Seguro Social (CPMI do INSS) ouviu, nesta quinta-feira (23/10), o ex-procurador do INSS Virgílio de Oliveira Filho, apontado como um dos principais envolvidos no esquema que desviou bilhões de reais de aposentados e pensionistas nos últimos anos. Ele utilizou o direito de habeas corpus, concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, de não responder a perguntas que o autoincriminassem, e decidiu ficar em silêncio na maioria das inquisições.

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Virgílio foi orientado pelos advogados a não prestar esclarecimentos sobre a evolução patrimonial de R$ 18 milhões que teve nos últimos cinco anos, de acordo com investigações da Polícia Federal. Interrogado pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), o depoente disse que “os números não correspondem à realidade”. “E em relação a esse assunto, eu me reservo ao direito de ficar em silêncio”, acrescentou.

O ex-procurador atuou no cargo em duas oportunidades. A primeira, entre 2020 e 2022, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. E a segunda, já no mandato do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, entre outubro de 2023 e abril de 2025. Durante esse período, ele foi acusado também de facilitar acordos de cooperação técnica (ACTs) com empresas que realizavam lavagem de dinheiro. Ao todo, pessoas próximas a ele teriam recebido R$ 12 milhões.

Sobre essas acusações, o procurador-geral explicou que os processos não passavam pela sua mão e que 99% deles não teriam a sua assinatura. “Todos os cargos por mim assumidos, cargos em comissão, foram de indicações técnicas. Não sou político, não tenho padrinho político, sou apartidário e sempre desempenhei as minhas funções com base na Constituição e sem questões políticas”, disse Virgílio, no início do depoimento.

O suposto esquema de roubo e lavagem de dinheiro teria envolvido, ainda, a esposa Thaisa Hoffmann, que prestou esclarecimentos mais cedo na mesma comissão, mas decidiu permanecer calada durante a maior parte do tempo. O relator da CPMI, deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), ironizou o envolvimento da esposa, e também da irmã de Virgílio no esquema fraudulento e voltou a acusar o ex-procurador.

“Olha, doutor Virgílio, eu não sei em qual momento, eu não sei por que, eu não sei qual foi a sua motivação, mas eu tenho absoluta convicção que o senhor liderou o maior esquema de corrupção dentro do INSS. É uma vergonha para a AGU, é uma vergonha para o funcionalismo público brasileiro e deveria estar preso. O senhor é o símbolo da imunidade e ainda não sei porque a Polícia Federal não lhe ouviu e não lhe prendeu”, concluiu, o relator, durante sua exposição.

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postado em 23/10/2025 22:28
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