
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou o governo do Rio de Janeiro após a Operação Contenção, considerada a ação policial mais letal da história, que deixou ao menos 64 mortos.
"Eu penso que o governador poderia nos ajudar em relação a isso. O governo do estado do Rio tem feito praticamente nada em relação ao contrabando de combustíveis, que é como irriga o crime organizado. Para você pegar o andar de cima do crime organizado, que é quem efetivamente tem o dinheiro na mão, e municia as milícias, tem de combater de onde está vindo o dinheiro", disse Haddad a jornalistas na entrada do Ministério da Fazenda nesta quarta-feira (29/10).
"Penso que o governador deveria acordar para esse problema, que é crônico no Rio de Janeiro, e nos ajudar a combater o andar de cima, porque quando o dinheiro está irrigando o crime, é muito difícil controlar na ponta. Por isso que é tão importante a PEC da Segurança Pública, que impõe a todos os governadores, o presidente da República, a Receita, a Polícia Federal, o Ministério Público Estadual, e o Ministério Público Federal, uma integração. Porque assim nós vamos conseguir combater o crime organizado", continuou o ministro.
Operação Contenção
Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, levaram na madrugada desta quarta-feira (29) mais de 60 corpos para a praça São Lucas. Segundo relatos da população, os corpos foram localizados na mata entre os complexos do Alemão e da Penha, e não constam no balanço oficial de mortos divulgados até agora.
As forças de segurança do Rio de Janeiro prenderam 81 pessoas, entre eles um dos líderes do Comando Vermelho conhecido como "Belão", e apreenderam 93 fuzis na Operação Contenção, realizada na terça-feira (28/10), nos complexos do Alemão e da Penha.
Após receber um relatório de Inteligência da Polícia Civil, em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária, o governador Cláudio Castro decidiu solicitar ao governo federal dez vagas para a transferência imediata de lideranças criminosas para presídios federais.
"Estamos enfrentando o crime com rigor, dentro da lei, e quem continuar comandando ações criminosas de dentro das cadeias vai ser isolado e responsabilizado. O Rio de Janeiro não vai tolerar conivência nem complacência com o crime", disse o governador.
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