operação contenção

Guerra no Rio: cidade conta corpos da mais letal ação policial do país

Ofensiva nos complexos do Alemão e da Penha deixa ao menos 121 mortos. Imagem de dezenas de cadáveres enfileirados em praça mostra a dimensão da batalha deflagrada na terça-feira. Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU cobra investigação

Mulher chora em meio a dezenas de corpos enfileirados em rua do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro -  (crédito:  Tomaz Silva/Agência Brasil)
Mulher chora em meio a dezenas de corpos enfileirados em rua do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro - (crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Dezenas de corpos enfileirados no chão. Dor, desespero e lágrimas para quem precisou identificar um parente no amontoado de mortos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. A megaoperação deflagrada na terça-feira pelas polícias Civil e Militar, batizada de "Operação Contenção", deixou ao menos 121 mortos, sendo quatro policiais, ultrapassando a até então maior chacina já vista no Brasil — o massacre do Carandiru, em 1992, em São Paulo, que culminou no assassinato de 111 presos.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

Caminhonetes e carros particulares chegavam pouco a pouco, trazendo os corpos para enfileirar nas ruas e becos estreitos das comunidades alvo da operação. Pais, mães, irmãos levantavam os lençóis ou sacos plásticos na tentativa de identificar entes queridos. Parte deles rezava. As imagens chocantes ganhavam os principais noticiários pelo mundo.

O Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) pediu, por meio da rede social X, investigação do caso. "Essa operação mortal amplia a tendência de consequências extremamente letais das operações policiais nas comunidades marginalizadas do Brasil. Lembramos às autoridades de suas obrigações, sob as leis internacionais de direitos humanos, e pedimos investigações ágeis e eficazes", enfatizou.

O Correio conseguiu contato com moradores de regiões dominadas por facções criminosas, que têm de conviver com a violência. Por medo, quase todos pediram anonimato, mas Micaella de Oliveira Rocha, 18 anos, que vive em Realengo, decidiu desabafar.

Ela contou que a operação pegou os moradores de surpresa, o que acabou causando um pânico ainda maior, pois não se sabia ao certo o que estava acontecendo. "O Rio de Janeiro virou um caos completo, porque começou bem cedo e foi do nada", contou a jovem, que voltava do trabalho quando as vias começaram a ser bloqueadas. Micaella disse que começaram a fechar todas as vias, e não havia como voltar para casa. "Foi desesperador para todo mundo, porque estavam todos no trabalho, muita criança em escola, muita gente na rua. Todo mundo entrou em desespero, porque também não podia ficar na rua", descreveu. "Começaram a botar fogo em carros, estavam saqueando shopping, mercado. Pararam os ônibus, os motoristas tiveram que atravessar os veículos na rua para fazer barreira. Pararam a Avenida Brasil, que é a principal via da cidade. Eu achei que não fosse conseguir voltar pra casa." Segundo a jovem, o sentimento é de medo e exaustão. 

M. J. S., moradora da Tijuca, Zona Norte, mãe de duas filhas pequenas, relatou que o clima no bairro ainda é de apreensão e medo. "Ontem (terça) estava pior, mas hoje ainda percebemos as ruas vazias e as pessoas com medo. Fui buscar minhas filhas na escola, e já estava esquisito, barulho de lá, tiro de cá. Mas aí deu uma certa hora da noite, tipo nove horas, e você não escutava nem carro passando. Eu moro num lugar onde consigo ver várias ruas, nenhuma alma viva, nem carro, nada. Pouquíssimas pessoas na rua. Ficou aquele clima tenso e estranho", contou.

O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), classificou a operação como "sucesso". "Temos muita tranquilidade em defender o que foi feito. De vítima, só tivemos os quatro guerreiros que deram a vida para salvar a população", declarou, em relação aos policiais.

Segundo ele, todos os mortos em confronto eram criminosos. "Não acredito que havia alguém passeando em área de mata em um dia de operação", frisou.

O secretário da Polícia Militar do Rio, Marcelo de Menezes, comentou, em entrevista coletiva, a estratégia da operação. De acordo com ele, as forças de segurança criaram o chamado "muro do Bope", uma espécie de linha de contenção formada pelos policiais, que entraram pela área da Serra da Misericórdia para cercar os criminosos e empurrá-los em direção à mata, no topo da montanha, onde outras equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) já estavam posicionadas.

"Distribuímos as tropas pelo terreno. O diferencial, em relação às imagens que mostravam criminosos fortemente armados buscando refúgio na área de mata, foi a incursão dos agentes do Bope na parte mais alta da montanha que separa as duas comunidades. Os policiais começaram a operação entrando no Alemão e, em seguida, foram para o Complexo da Penha. A estratégia foi seguir os criminosos e forçá-los a ir para a trilha da mata", disse.

A operação, deflagrada para combater o Comando Vermelho, começou pelo Complexo do Alemão, seguindo depois para a Penha, onde os criminosos teriam tentado fugir pela mata. Já no topo da serra, o Bope montou o cerco final. O secretário afirmou que o objetivo da estratégia era "proteger a população e garantir a integridade física dos moradores", ressaltando que a maior parte dos confrontos ocorreu em área de mata. A troca de tiros começou por volta das 6h e terminou às 21h. Na ação contou 2,5 mil homens, entre policiais e agentes de segurança.

Para a especialista em segurança pública e ex-presidente da Comissão de Segurança da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) Ana Izabel Gonçalves de Alencar, a operação de combate ao crime organizado foi desproporcional. Ela disse que, embora o objetivo fosse combater as facções, a população se tornou o maior alvo.

“Embora o objetivo, conforme o governador, fosse diminuir o tráfico e enfraquecer o Comando Vermelho, foi uma forma excessiva de tratar a população do Rio. Mesmo que a intenção fosse eliminar criminosos, a medida atingiu a comunidade”, frisou.

Ela destacou que a ação acabou se configurando como uma espécie de execução sumária. “O próprio governador afirmou que encurralou os suspeitos na mata e depois eles foram mortos. Há relatos de que alguns foram executados com facas. Isso extrapola qualquer limite legal e coloca em risco também os policiais.”

A advogada questionou o planejamento da operação. “Dizem que houve dois meses de preparo, mas uma operação desse porte precisava de mais estrutura. Foi desproporcional. Entendo que se deveria atuar com inteligência, não com força bruta”, avaliou.

Ana Izabel também criticou a ausência de cooperação entre os governos estadual e federal, afirmando que a operação necessitava de mais apoio logístico e técnico. “Por que o governo federal não foi comunicado? Uma operação dessa dimensão deveria ser integrada, com a Polícia Federal participando da estratégia. Encurralar e executar não é operação. É massacre”, disse.

Para ela, há indícios de uso político e econômico da ação. “Se o objetivo fosse apenas segurança, o governo federal estaria envolvido. Há um interesse político e financeiro. O Comando Vermelho não se limita ao tráfico. Controla gás, gasolina adulterada, lavagem de dinheiro. As pessoas que lucram com isso não estão nas favelas.” Ela também defendeu uma presença policial permanente nas comunidades, afirmando que “não adianta entrar, matar e sair. Eles voltam. A polícia precisa permanecer nos territórios. Onde o Estado não está, o crime ocupa.”

Ana Izabel considerou a operação mal planejada, principalmente pelo número de homens convocados em relação ao tamanho que as duas comunidades ocupam. “Foram 2,5 mil policiais, um número pequeno diante da complexidade da ação. Colocaram vidas em risco. Morreram quatro, mas poderiam ter sido 100. Foi uma operação mal-sucedida, da qual o país não tem do que se orgulhar", frisou. “Hoje, há drones, helicópteros, sistemas de rastreamento. Poderiam prender um a um, com planejamento. Mas é mais fácil matar.”

 EDITORS NOTE: Graphic content / Women weep next to a dead man lying among a line of bodies on Sao Lucas Square of the Vila Cruzeiro favela at the Penha complex in Rio de Janeiro, Brazil, on October 29, 2025, in the aftermath of Operacao Contencao (Operation Containment). Residents of a favela in Rio de Janeiro lined up more than 50 bodies at a plaza in their low-income neighborhood on Ocotber 29, a day after the bloodiest police operation in the city's history, AFP reported. (Photo by Pablo PORCIUNCULA / AFP)
Parentes entravam em desespero ao reconhecer mortos na ação (foto: AFP)

Chacina

O sociólogo, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj) José Maurício Domingues foi enfático ao afirmar que a ação das polícias do Rio de Janeiro pode ser considerada como chacina. “De tanto em tanto, as chacinas no Rio de Janeiro aumentam. Esta já é a maior da Nova República e os números seguem crescendo. Trata-se de reiterar uma política fracassada, supostamente de segurança, que apenas faz violência à população pobre e negra das favelas e periferias do estado do Rio de Janeiro”, explicou.

Domingues alerta para os riscos desse tipo de operação se tornar rotina. “O temor é que isso vire definitivamente uma constante, com muita violência e planos do tipo Bukele ou Trump contra um suposto ‘narcoterrorismo’. O problema é também que esse tem sido um tema negligenciado pela esquerda há muito tempo e certamente terá influência na campanha eleitoral do ano que vem”, analisou.

Para o sociólogo Jorge Chaloub, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a megaoperação policial é resultado direto da política de segurança pública de Castro, marcada, segundo ele, por uma “lógica de guerra” contra territórios periféricos. Chaloub afirma que há uma continuidade estrutural nessa política, mas uma mudança grave no discurso oficial.

“O atual governador explicita uma mudança de discurso e de performance que remonta ao curto governo de Wilson Witzel, de quem foi vice. A política de morte violenta deixou de ser tratada como um efeito colateral necessário e passou a ser saudada como algo desejável e positivo”, explicou o sociólogo.

Segundo Chaloub, essa postura representa uma inflexão perigosa no modo como o estado se relaciona com a violência. “Há marcas propriamente fascistas no discurso do atual governador, como a celebração das mortes e a ideia de que é necessário matar uma parte da população”, afirmou. Para ele, esse comportamento “vai além do proposto por governantes anteriores” e consolida um cenário de normalização da barbárie.

O sociólogo criticou as falas do governador do Rio, que, durante as entrevistas, defendeu a ação e declarou como um sucesso. “Mesmo que as chacinas e a matança indiscriminada em certas áreas não sejam novidade, há algo de novo no conteúdo do discurso de Castro, que comemora uma ação com número absurdo de mortes e defende publicamente práticas contrárias à Constituição e ao direito brasileiro, como execuções sumárias”, disse o professor.

De acordo com Chaloub, esse tipo de retórica não apenas banaliza a morte, mas reforça o estigma e o medo entre jovens negros e moradores de periferias. “Aumenta-se ainda mais a normalização da violência policial contra certas parcelas da população e cria-se um cenário de insegurança generalizada. O governador tenta acenar a segmentos que apoiam esse tipo de ação francamente ilegal, mas comete crimes ao fazê-lo”, avaliou.

Na avaliação dele, Castro busca fortalecer laços com bases e elites da ultradireita, que veem na pauta da segurança uma forma de tensionar o governo Lula e recuperar espaço político. “As consequências, contudo, são terríveis, porque se normaliza a morte por agentes do Estado e o descumprimento aberto da lei”, concluiu Chaloub.

 EDITORS NOTE: Graphic content / A woman cries as people unload bodies from a pickup truck on Sao Lucas Square of the Vila Cruzeiro favela at the Penha complex in Rio de Janeiro, Brazil, on October 29, 2025, in the aftermath of Operacao Contencao (Operation Containment). Residents of a favela in Rio de Janeiro lined up more than 50 bodies at a plaza in their low-income neighborhood on Ocotber 29, a day after the bloodiest police operation in the city's history, AFP reported. (Photo by Pablo PORCIUNCULA / AFP)
Caminhonetes e carros carregavam corpos retirados da mata (foto: AFP)

Operações letais

Carlos Nhanga, coordenador regional do Instituto Fogo Cruzado no Rio de Janeiro, disse que levantamentos feitos pela organização apontam para um cenário de violência crescente e cada vez mais grave. “Houve uma redução no número total de tiroteios e um aumento nas mortes por arma de fogo quando comparamos, por exemplo, 2024 com 2025. Até 29 de outubro de 2024, registramos 2.143 tiroteios, e em 2025 registramos 2.011. As mortes por tiro foram de 618 para 815 no mesmo período”, citou.

Segundo ele, essa redução não significa melhora. Ele também criticou a forma de atuação de combate ao crime no Rio de Janeiro, imposta pelo atual governador. “As chacinas policiais se tornaram mais violentas e frequentes, especialmente no governo Cláudio Castro. Desde 1º de maio de 2021, quando Castro assume o estado, registramos 150 chacinas policiais com 753 mortos. Os maiores episódios da história recente do estado aconteceram nesse período: Jacarezinho em 2021, com 28 mortos; Vila Cruzeiro em 2022, com 24 mortos; e agora o Complexo do Alemão em 2025, com 119 mortos”, exemplificou.

Nhanga destacou que as operações policiais estão cada vez mais letais e representam uma parcela maior da violência armada. “Outra tendência gravíssima é o aumento nos tiroteios decorrentes de disputas territoriais. Este ano, registramos 225 ocorrências, enquanto no mesmo período do ano passado foram 178. Isso é reflexo da expansão contínua dos grupos armados que já controlam mais de 20% do território do Grande Rio.”

Rio de Janeiro (RJ), 29/10/2025 - Protesto contra a operação policial que deixou mais de 119 pessoas mortas no Complexo da Penha, em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Estado. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Manifestantes protestaram em frente à sede do governo do Rio (foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O representante do Instituto avalia que o atual governo se caracteriza pela ausência de uma política pública de segurança. “Esse é o maior problema do estado: a falta de política pública que trate a segurança da população como prioridade. Houve redução de homicídios no Rio, mas isso acompanha uma tendência nacional. A única política de segurança que vimos funcionar com efetividade foi a ADPF 635. Nas primeiras semanas de vigência, foram poupadas em média nove vidas por semana. Em um ano, os tiroteios caíram 23% e o número de pessoas baleadas reduziu 26%. Foi a melhor medida de segurança dos últimos 20 anos.”

Fora isso, segundo Nhanga, o que se observa é a continuidade de uma política baseada no confronto, em que os mais pobres e vulneráveis acabam sendo as maiores vítimas. “As chacinas policiais se tornaram mais frequentes e violentas, enquanto os grupos armados seguem expandindo seus domínios. Entre 2008 e 2021, o controle desses grupos cresceu 105%, dobrando a área dominada. É resultado da ausência de políticas públicas, corrupção de agentes e operações sem planejamento, que só servem para enxugar gelo.”

Na Operação Contenção, a Polícia Civil e a Polícia Militar do Rio de Janeiro deflagraram, nas primeiras horas da manhã da última terça-feira, o que seria uma ação de combate ao crime organizado nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. O objetivo era enfrenta principalmente a facção do Comando Vermelho (CV). Para isso, 2,5 mil homens, entre policiais e agentes de segurança, foram mobilizados para a ação, que resultou na morte de 121 pessoas e na prisão de 113, segundo dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Entre os mortos, há quatro policiais. (Colaborou Giovanna Sfalsin

*Estagiários sob a supervisão de Cida Barbosa

 

 


  •  EDITORS NOTE: Graphic content / Women weep next to a dead man lying among a line of bodies on Sao Lucas Square of the Vila Cruzeiro favela at the Penha complex in Rio de Janeiro, Brazil, on October 29, 2025, in the aftermath of Operacao Contencao (Operation Containment). Residents of a favela in Rio de Janeiro lined up more than 50 bodies at a plaza in their low-income neighborhood on Ocotber 29, a day after the bloodiest police operation in the city's history, AFP reported. (Photo by Pablo PORCIUNCULA / AFP)
    EDITORS NOTE: Graphic content / Women weep next to a dead man lying among a line of bodies on Sao Lucas Square of the Vila Cruzeiro favela at the Penha complex in Rio de Janeiro, Brazil, on October 29, 2025, in the aftermath of Operacao Contencao (Operation Containment). Residents of a favela in Rio de Janeiro lined up more than 50 bodies at a plaza in their low-income neighborhood on Ocotber 29, a day after the bloodiest police operation in the city's history, AFP reported. (Photo by Pablo PORCIUNCULA / AFP) Foto: AFP
  •  EDITORS NOTE: Graphic content / A woman cries as people unload bodies from a pickup truck on Sao Lucas Square of the Vila Cruzeiro favela at the Penha complex in Rio de Janeiro, Brazil, on October 29, 2025, in the aftermath of Operacao Contencao (Operation Containment). Residents of a favela in Rio de Janeiro lined up more than 50 bodies at a plaza in their low-income neighborhood on Ocotber 29, a day after the bloodiest police operation in the city's history, AFP reported. (Photo by Pablo PORCIUNCULA / AFP)
    EDITORS NOTE: Graphic content / A woman cries as people unload bodies from a pickup truck on Sao Lucas Square of the Vila Cruzeiro favela at the Penha complex in Rio de Janeiro, Brazil, on October 29, 2025, in the aftermath of Operacao Contencao (Operation Containment). Residents of a favela in Rio de Janeiro lined up more than 50 bodies at a plaza in their low-income neighborhood on Ocotber 29, a day after the bloodiest police operation in the city's history, AFP reported. (Photo by Pablo PORCIUNCULA / AFP) Foto: AFP
  • Rio de Janeiro (RJ), 29/10/2025 - Protesto contra a operação policial que deixou mais de 119 pessoas mortas no Complexo da Penha, em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Estado. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
    Rio de Janeiro (RJ), 29/10/2025 - Protesto contra a operação policial que deixou mais de 119 pessoas mortas no Complexo da Penha, em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Estado. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
  • Google Discover Icon
postado em 30/10/2025 03:55
x