
A defesa de Jair Bolsonaro criticou, neste sábado (22/11), a decisão que determinou a prisão preventiva do ex-presidente. Ao deixar a sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, o advogado Paulo Cunha Bueno classificou a medida como “inconcebível”, afirmando que Bolsonaro sempre colaborou com o processo e nunca tentou se esquivar da Justiça.
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Segundo o advogado, o ex-presidente esteve presente em todas as etapas da ação, inclusive de forma espontânea quando a denúncia foi recebida. Bueno destacou que Bolsonaro enfrenta um quadro de saúde considerado grave e frágil, agravado desde o atentado sofrido em 2018. “Ele passou por seis cirurgias de longa duração, a última com 12 horas. Foi internado várias vezes por semiobstruções intestinais, inclusive logo após o 8 de janeiro, quando já estava nos Estados Unidos”, afirmou.
Bueno comparou o tratamento dado a Bolsonaro ao de outros políticos que enfrentam acusações judiciais. Ele citou o ex-presidente Fernando Collor de Mello, que cumpre medida domiciliar por problemas de saúde. “Collor está em prisão domiciliar por apneia do sono e Parkinson, enquanto Bolsonaro é submetido a uma prisão vergonhosa na PF, mesmo com quadro clínico muito mais grave”, criticou.
Outro ponto contestado pela defesa foi a imposição do uso de tornozeleira eletrônica. Para o advogado, o equipamento foi adotado apenas com “finalidade de humilhação”. Ele afirmou que Bolsonaro vive sob vigilância constante, com presença permanente de agentes armados da Polícia Federal na residência. “Não conheço nenhum brasileiro com tornozeleira que tenha escolta 24 horas. Falar em risco de evasão é querer justificar o injustificável”, declarou.
Ao final, o advogado foi questionado sobre o motivo pelo qual o equipamento havia sido danificado, mas não respondeu de forma direta. Ele reiterou que a própria exigência da tornozeleira já nasce injustificada. “A finalidade é apenas justificar o injustificável. Não havia motivo algum para que ele estivesse usando esse equipamento”, concluiu.

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