Poder 

Celso Sabino deixa Ministério do Turismo em troca da governabilidade

Decisão foi tomada pelo presidente Lula depois da última reunião do primeiro escalão, na Granja do Torto. Apesar de rompido com o Palácio do Planalto, União Brasil requereu o posto

Ex-ministro do Turismo Celso Sabino. -  (crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)
Ex-ministro do Turismo Celso Sabino. - (crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu, ontem, Celso Sabino do Ministério do Turismo, poucas horas depois de ambos estarem juntos na última reunião ministerial do ano, na Granja do Torto. Gustavo Feliciano, filho do deputado federal Damião Feliciano (PB) e da vice-governadora da Paraíba Lígia Feliciano — ambos do União Brasil —, foi o escolhido, possibilidade reforçada por interlocutores do partido na Câmara, que estimam que ele deve assumir o cargo somente em fevereiro.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

A decisão é um aceno de Lula em duas direções: a primeira, para fim de garantir que o União Brasil não fique em peso contra as matérias do governo, dificultando as coisas para o Palácio do Planalto em pleno ano eleitoral; a segunda, faz um aceno ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que tem profundas relações com os Feliciano.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Apesar do rompimento do União com o governo, pouco menos da metade da bancada de 59 deputados ainda votam com o Palácio na Câmara. Foi esse grupo que pediu a troca de Sabino para continuar aprovando os projetos de interesse da gestão Lula.

O União, um mês atrás, expulsou Sabino, depois de o ministro divergir da orientação da legenda de entregar o cargo que ocupava no governo no primeiro escalão do Executivo. Mas, por outro lado, à agremiação interessa manter o controle do Ministério do Turismo.

Até Gustavo Feliciano assumir, a pasta será comandada interinamente por Ana Carla Machado Lopes, secretária-executiva do ministério. Antes de ser cotado para fazer parte do governo, ele esteve à frente da Secretaria do Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba, em 2018.

Sabino, por sua vez, tinha fechado um acordo com Lula para continuar no ministério até a realização da 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), em Belém, em novembro. "Vocês têm acompanhado os esforços do governo para melhorar a relação com o Congresso Nacional e a garantia da governabilidade faz parte da participação no governo pelos partidos", explicou.

O agora ex-ministro evitou comentar sobre a incoerência do seu antigo partido, que, enquanto ordenava seus filiados a deixarem o governo sob pena de expulsão, mantinha a força na indicação de ministros de Lula. Essa contradição também não foi comentada pelo presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda — cuja legenda compõe uma federação com o PP.

Sabino afirmou que atuará como cabo eleitoral de Lula e se dedicará à pré-candidatura ao Senado pelo Pará. "Imagino que o partido deva ter suas razões para ter tomado essas decisões e deve ter suas razões para se aproximar do governo. O que importa é o governo ter governabilidade. Atendendo esse chamado do presidente Lula, devo seguir nesse projeto, que é uma cadeira no Senado", disse.

Sobre o rumo partidário que tomará, disse apenas que se filiará a uma legenda que deve alinhar "progressismo, democracia e desenvolvimento" — requisitos que considera "essenciais", além de ter autonomia para tocar a política partidária e independência para "andar junto ao presidente Lula no Pará".

"Nossa pré-candidatura ao Senado está posta. Em todo o estado do Pará, as pessoas têm me instado nessa direção, e o presidente é um entusiasta desse projeto. Nos próximos dias, volto à Câmara dos Deputados e nessa pré-campanha ao Senado", frisou.

 

  • Google Discover Icon
postado em 18/12/2025 03:55
x