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Lula faz pronunciamento em tom de campanha eleitoral

Em discurso, presidente destaca avanços do seu governo, anuncia prioridades para o ano que vem e diz que Brasil venceu, apesar dos que "jogaram contra" o país

No pronunciamento de Natal, em cadeia de rádio e tevê, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltou feitos do governo e, em tom de campanha, deu alfinetadas na oposição. Ele também citou temas que devem ser prioridade para a gestão em 2026 e enfatizou que "o Brasil voltou a ser respeitado e admirado pelo mundo". 

Lula destacou que 2025 foi "histórico e difícil", mas frisou que o povo venceu, apesar dos que trabalham contra o país. "E quando os fogos brilharem no céu, na noite do dia 31, estará encerrado um ano histórico no Brasil. Um ano difícil, com muitos desafios, mas um ano em que todos que torceram ou jogaram contra o Brasil acabaram perdendo. Um ano em que o povo brasileiro sai como o grande vencedor", enfatizou, na noite de quarta-feira.

O chefe do Executivo mencionou o que chamou de "um desafio inédito": o tarifaço dos Estados Unidos a produtos nacionais. Ele disse que a soberania e a democracia brasileiras saíram vencedoras ante a imposição feita pelo governo americano. "Mostramos ao Brasil e ao mundo que somos do diálogo, da fraternidade, e não fugimos à luta", destacou. "Apostamos na diplomacia, protegemos nossas empresas e evitamos demissões. Negociamos o fim do tarifaço, e ultrapassamos, agora em dezembro, a marca de 500 novos mercados para os nossos produtos", acrescentou.

Ele anunciou, também, que vai trabalhar pelo fim da escala 6x1, sem corte no salário. Disse que a redução é uma demanda da população e que cabe aos representantes do povo "escutar e transformar em realidade".

"Seguiremos combatendo privilégios de poucos para garantir direitos de muitos. E nenhum direito é tão urgente, hoje, quanto o direito ao tempo", argumentou. "Não é justo que uma pessoa seja obrigada a trabalhar duro durante seis dias e que tenha apenas um dia para descansar o corpo e a cabeça, passear com a família, cuidar da casa e se divertir, e acompanhar de perto o crescimento dos filhos."

Imposto de Renda

Outro ponto destacado no discurso foi a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, medida que, conforme Lula, dará fôlego ao orçamento das famílias a partir de janeiro. "Para milhões de brasileiras e brasileiros, o último dia do ano também será o último dia com Imposto de Renda descontado no salário. A partir de janeiro, com o fim do Imposto de Renda, milhões de famílias terão um dinheiro extra todos os meses. Isso vai aliviar as contas, aquecer ainda mais a economia e beneficiar o país inteiro", afirmou.

O petista lembrou que o país voltou a sair do Mapa da Fome, após investir na retomada do Bolsa Família, na valorização do salário mínimo, no apoio à agricultura familiar, na geração de empregos e na alimentação nas escolas. "O Brasil tinha saído dessa situação em 2014, mas andou para trás, e encontramos um país com 33 milhões de pessoas passando fome", declarou.

No discurso, Lula enfatizou que mais de dois milhões de pessoas deixaram o Bolsa Família em 2024 por melhora de renda. "Temos os menores índices de pobreza e desigualdade da história", disse. Ele também destacou o programa Pé-de-Meia, que ajudou jovens a permanecerem na escola, além do Gás do Povo e Luz do Povo, voltados a famílias de menor renda. "Para completar, com a nova Carteira Nacional de Habilitação do Brasil, a carteira de motorista ficou até 80% mais barata e muito mais acessível", acrescentou. Ainda segundo ele, a inflação acumulada nos últimos quatro anos será "a menor de todos os tempos".

Lula ressaltou o retorno do Minha Casa, Minha Vida com ampliação para a classe média e a chegada do Reforma Casa Brasil. O presidente também lembrou da transposição do Rio São Francisco e afirmou que obras do Novo PAC estão presentes "em milhares de cidades".

Mulheres

Ao falar à nação, Lula prometeu que o combate à violência contra a mulher será uma prioridade do governo. Ele anunciou que vai liderar um esforço nacional envolvendo ministérios, instituições públicas e a sociedade civil.

"Um povo tão gentil e capaz de produzir coisas tão belas não pode aceitar a violência contra a mulher", ressaltou. "Nós, que somos homens, devemos fazer um compromisso de alma. Em nome de tudo que é mais sagrado, seja um aliado", declarou.

 


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