
O brasiliense Bruno de Mello retorna aos Estúdios Globo em Êta mundo melhor como Paulo Aguiar, ator de radionovela. Para se preparar, o ator mergulhou em vivências nas estruturas da própria emissora, fez treinamento de prosódia, curso de dublagem e sessões de fonoaudiologia. Ao Correio, ele descreveu as gravações como "divertidas e dinâmicas, com espaço para improviso, mas também como um trabalho desafiador que exige concentração para sincronizar fala e criação de sons ao vivo, em uma interessante metalinguagem entre rádio e televisão".
"Foi maravilhoso poder entrar nesse universo de outra geração, um período de muitas descobertas na comunicação. Pessoas que viveram nessa época me falam como é bom assistir ao núcleo da radionovela e ter lembranças é uma nostalgia boa", observa o ator de 42 anos, pai de Pietro e Bento.
Nascido em uma família de artistas, sobrinho-neto do diretor João Bethencourt, filho da atriz Fernanda Mello e primo de Christina Bethencourt, Bruno adotou o nome artístico por influência da numerologia. Formado em artes cênicas, atua profissionalmente há 19 anos, tendo conciliado os estudos com diversos trabalhos para custear sua formação. Sua estreia na televisão foi na novela bíblica Reis, da Record, e, na sequência, passou pela Globo em Fuzuê (2023), dando vida a um hacker.
Cinema
Além da novela, Bruno está em cartaz nos cinemas no filme Sexa, protagonizado e dirigido por Glória Pires. A motivação foi saber que seria dirigido pela veterana atriz e em uma narrativa que ele avalia como poderosa. "A meu ver é um discurso muito potente e necessário, são tabus que a sociedade precisa quebrar. Já tivemos muitos avanços na luta feminina, mas precisamos avançar muito ainda", defende.
Trabalhar com Glória Pires em sua estreia como diretora foi "uma experiência incrível que enriquece muito o trabalho do ator, por toda sua sensibilidade, talento e entrega". Ele completa: "Se posso falar que me surpreendi foi a impressão que era o décimo filme que ela dirigia em vez do primeiro. Um set dinâmico, acolhedor e objetivo". Sobre a provocação pessoal que o filme traz, ele reflete: "Não tem como assistir a esse filme e sair igual como entrou. Te faz despertar esse olhar para si mesmo, para o tempo e para nossas relações. Não precisamos seguir padrões para ser feliz".
Fazendo um balanço de 2025, o ator afirmou foi um ano muito positivo. "Consegui ser dirigido por duas mulheres que eu admiro tanto e sempre sonhei em trabalhar, Glória Pires e Amora Mautner", destacou ele, que também pode ser visto na série Tremembé, do Prime Video, em que vive o agente penitenciário Camilo, e no filme Apaixonada, protagonizado por Giovanna Antonelli.
Para o futuro, Bruno revela seu desejo artístico: "Sempre fazer coisas diferentes que eu já fiz, que me tiram da zona de conforto, personagens com muitas camadas". Sobre os palcos, ele pondera: "Eu amo os três [teatro, tevê e cinema], comecei no teatro, mas hoje estou mais presente no cinema e na tevê. Penso em continuar trabalhando no audiovisual, mas não descarto uma volta aos palcos. Com certeza, em algum momento isso vai acontecer".
Filho de repórter do Correio
Bruno também falou sobre sua ligação afetiva com Brasília, cidade onde nasceu e viveu os primeiros 10 anos de vida. "Muito afeto e boas lembranças. Vivi aí um período que considero muito importante no processo de crescimento do ser humano", destacou o filho da capital, que planeja fazer uma visita à terra natal em breve.
O ator também relembrou a trajetória de seu pai, o jornalista Eduardo Franklin, que trabalhou no Correio Braziliense. "Meu saudoso pai e grande jornalista Eduardo Franklin trabalhou por muito tempo no jornal como repórter de Cidades (de 78 a 86), e seu editor-chefe era Oliveira Bastos. Foi um período muito importante, inclusive, nas nossas vidas, pois em 1981, ano em que meu irmão nasceu, ele ganhou um prêmio entregue pela Secretaria de Cultura e Educação da época, e esse prêmio ajudou a pagar o parto do meu irmão. Em abril de 1984, data em que nasci, ele ganhou outro prêmio de reportagem que também ajudou a pagar o meu parto".
Bruno arrematou com um fato marcante. "Meu pai fez uma matéria sobre homeopatia que teve tanta relevância que o senador Franco Montoro (hoje bisavô materno do meu filho Bento Montoro) reconheceu e incluiu nos anais do Senado Federal", finalizou.

Diversão e Arte
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