MODA

O que esperar da moda em 2026: especialista aponta tendências e cores

Comportamento social molda a moda e antecipa as tendências que vão definir 2026

Fernando Lackman destaca como as tendências surgem e aposta nos destaques para a moda em 2026 -  (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
Fernando Lackman destaca como as tendências surgem e aposta nos destaques para a moda em 2026 - (crédito: Reprodução/Redes Sociais)

Às vésperas de 2026, a moda oferece pistas sobre o que deve dominar vitrines, passarelas e guarda-roupas no próximo ano. Essas tendências não surgem por acaso: são antecipadas pela indústria têxtil a partir da observação do comportamento social e do consumo.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

Este é o "efeito cascata" da moda, conceito ficou conhecido pelo grande público em uma cena do filme 'O Diabo Veste Prada', em que a vilã, a fashionista Miranda Priestly. “Em 2002, Oscar de la Renta fez uma coleção de vestidos azul-celeste. Acho que foi Yves Saint Laurent que fez jaquetas militares azul-celeste […] Então, o celeste apareceu depois em coleções de outros 80 estilistas. Em seguida, passou para as lojas de departamento e, depois daí, foi parar em lojas populares”, diz a personagem de Meryl Streep. 

O Correio conversou com o editor-chefe da Lackman & Co, Fernando Lackman, que ainda antecipou as principais tendências para 2026, desde modelagem até materiais e cores.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Observando as passarelas, o ano que vem terá uma grande variedade de estéticas, apesar de alguns conceitos serem similares entre elas. "O grande movimento do ano é justamente a convivência entre microestilos: quiet luxury, artesanal contemporâneo, techwear suave, nostalgia Y2K filtrada pela maturidade, sensualidade minimalista e futurismo biomaterial. Essa pluralidade é resultado direto do comportamento social contemporâneo, em que a moda é ferramenta de expressão, não uniforme de grupo”, afirma o editor-chefe da Lackman & Co.

Cores

A paleta de cores deve se manter neutra e profunda, de acordo com o especialista. “Argila, fendi, grafite e areia quente — em Max Mara, The Row, Bottega Veneta e, no Brasil, em Lilly Sarti, A.Brand e Fábia Bercsek. Também cores minerais e artesanais, como azul-pedra, amarelo cítrico refinado e vermelhos queimados, vistos em Loewe, Marni e, por aqui, na Farm, Isolda, Coven e Brandili Studio, com uma abordagem mais vibrante”.

Modelagem

“Modelagens de alfaiataria orgânica e minimalismo arquitetônico, presentes em nomes como Jil Sander, Prada, Lemaire, Bottega Veneta e também, no Brasil, em Apartamento 03, Helô Rocha, Lucas Leão e Lino Villaventura, que atualizam clássicos com leveza e precisão”.

Drapeados que modelam as curvas e resultam em peças com maior sensualidade são uma aposta alta do setor da moda para 2026. “Vistos em Loewe, Ferragamo e também em criações brasileiras de Victor Virgo, Patricia Viera e Rafael Caetano, que trabalham o corpo com recortes, torções e texturas contemporâneas”, ressalta Lackman.

Materiais

Para os materiais mais explorados nas fabricações, a expectativa é que a indústria siga uma vertente mais sustentável e consciente, como fibras regenerativas, tinturaria natural e biofabricação. “A moda sustentável hoje é uma tendência dominante. Pode não ser plena em todas as camadas, mas deixou de ser nicho. A sustentabilidade se tornou critério de consumo, e grandes players globais já assumem compromissos estruturais”, afirma Lackman.

Como surgem as tendências de moda?

“As tendências são mapeadas, medidas e antecipadas a partir de uma leitura muito cuidadosa do comportamento. Antes mesmo de chegar às passarelas, tudo começa com pesquisa de campo: movimentos culturais, transformações sociais, consumo digital, lifestyle, tecnologia, macro e microcomportamentos”, destaca Fernando Lackman.

Até mesmo dados de consumo e de busca on-line entram nos cálculos das grandes marcas na hora de criarem suas coleções, pensando nessas tendências a partir de seus próprios valores. “No final, antecipar tendências é quase como traduzir o mood coletivo antes que ele seja verbalizado. É entender o que o público ainda vai desejar, e isso exige um olhar atento, sensível e muito conectado com o tempo presente”, pontua Lackman.

O editor-chefe da Lackman & Co também ressaltou a importância das redes sociais e do mundo digital no trabalho de antecipar tendências: “Hoje, as redes funcionam como um sismógrafo cultural; elas captam microtendências, deslocamentos de comportamento e novas sensibilidades estéticas quase em tempo real. Plataformas como TikTok e Instagram revelam estéticas que nascem em nichos e rapidamente se expandem, enquanto refletem movimentos culturais”.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

  • Google Discover Icon
postado em 30/12/2025 17:51
x