CAMINHOS DO NASCIMENTO

A longa jornada de mães para dar à luz


Especial do Correio mostra como acesso ao transporte é crucial para a saúde materna e das crianças

Por Aline Gouveia, Jaqueline Fonseca, Raphaela Peixoto, Roberto Fonseca
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Milhares de gestantes percorrem longos caminhos para conseguir realizar um parto digno, e esse deslocamento coloca em risco a saúde de mãe e bebê

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No Brasil, muitas mulheres percorrem quilômetros de ônibus, carros, trens, barcos ou aviões para garantir que os filhos venham ao mundo em ambiente minimamente adequado

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Clarisse Cunha Linke, diretora-executiva do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento, ressalta que o acesso ao transporte e à saúde são direitos sociais previstos na Constituição. 'Não tem como assegurar o acesso à saúde sem garantir o acesso ao transporte', afirma

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Segundo Clarisse, o sistema de transporte foi pensado para atender à lógica do trabalho produtivo, especialmente os deslocamentos entre casa e emprego, nos horários de pico. Mas o trabalho reprodutivo — como gestar, cuidar, acompanhar filhos — também precisa ser reconhecido e priorizado

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Dados do Centro de Estudos Empíricos em Economia da Fundação Getulio Vargas indicam que 31% das mulheres precisam viajar, em média, 59km para realizar o parto. Esse deslocamento eleva em 0,5 ponto percentual a probabilidade de mortalidade neonatal

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Bruna Fonseca, pesquisadora do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz, destaca que 'há uma distribuição desigual dos serviços de maternidade, com maior concentração no Sul e Sudeste, agravando os deslocamentos nas regiões Norte e Nordeste'

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Em localidades remotas, o parto seguro só ocorre graças ao esforço de servidores públicos. Forças Armadas, policiais e bombeiros garantem o acesso de gestantes aos hospitais por vias terrestres, aéreas ou fluviais

Ricardo Stuckert/PR

Em Fernando de Noronha,desde 2004, gestantes são obrigadas a deixar a ilha no sétimo mês de gravidez e seguir para o Recife. Em 2020, a empresária Alyne Dias Luna se recusou a deixar a ilha, temendo a covid-19. A Justiça ordenou a remoção forçada

Arquivo pessoal

O Brasil foi o primeiro país condenado por morte materna evitável. O caso de Alyne da Silva Pimentel Teixeira, ocorrido em 2002, tornou-se símbolo da negligência institucional

Reprodução/Centro Brasileiro de Estudos da Saúde

Tornar-se cidadão reconhecido pelo Estado ainda é, para muitos, uma conquista tardia. Situação que se agrava entre povos tradicionais, ribeirinhos, indígenas, pessoas em situação de rua e populações de fronteira

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Em 10 matérias, o Correio conta a história de mulheres do DF e de várias partes do Brasil que enfrentaram uma verdadeira saga para dar à luz. Acesse o linl abaixo e confira:

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