Tráfico

Líder de tráfico na Vila Cauhy que mantinha elo com facção carioca é preso

Rafael Fernandes Cardia estava foragido desde dezembro de 2023, quando foi alvo de uma megaoperação desencadeada pela 11ª Delegacia de Polícia

Rafael estava foragido do sistema penal por abuso de confiança e tinha em aberto um mandado de prisão para cumprimento de 34 anos -  (crédito: Seape/Divulgação)
Rafael estava foragido do sistema penal por abuso de confiança e tinha em aberto um mandado de prisão para cumprimento de 34 anos - (crédito: Seape/Divulgação)

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) capturou um criminoso apontado como um dos líderes do tráfico na região da Vila Cauhy, no Núcleo Bandeirante. Rafael Fernandes Cardia estava foragido desde dezembro de 2023, quando foi alvo de uma megaoperação desencadeada pela 11ª Delegacia de Polícia.

A captura ocorreu na noite desse domingo (2/2) durante o patrulhamento tático de rotina. Rafael estava foragido do sistema penal por abuso de confiança e tinha em aberto um mandado de prisão para cumprimento de 34 anos expedido pela Justiça do DF. Além disso, era um dos foragidos da operação Último Comando, que desmantelou, em 2023, parte da cúpula voltada ao tráfico de drogas, na Vila Cauhy.

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Os detalhes sobre o grupo criminoso foram contados em uma reportagem especial elaborada pelo Correio. Aliada à segunda maior facção do Rio de Janeiro, o Terceiro Comando Puro (TCP), os traficantes da Vila criaram um organograma, com direito a líderes, fornecedores, soldados e fogueteiros.

O vínculo entre traficantes do DF e do Rio ficou comprovado após uma investigação minuciosa da 11ª DP de mais de um ano.

O documento ao qual o Correio teve acesso trouxe detalhes sobre a aliança entre os dois grupos, inclusive os responsáveis por comandar a célula em Brasília. Conforme o relatório, os criminosos do DF e do Rio usavam as redes sociais para conversar e promoviam transmissões ao vivo pelo Instagram sempre em posse de armas. Uma das lives ocorre entre o brasiliense Luis Gustavo Cardia Vieira, apontado como um dos líderes do tráfico de drogas na Vila Cauhy e primo de Rafael, dois comparsas e um faccionado do Rio. Por diversas vezes, eles fazem o gesto com a mão para indicar “3C”, em menção à organização criminosa, enquanto, ao vivo, o morador do Rio ostenta um fuzil AK 47.

Abaixo dos líderes, o grupo intitulava os chamados “soldados”, encarregados por fazer a segurança do ponto de tráfico, vender ou guardar drogas e armas; e os fornecedores. Além dos três líderes, mais de 30 pessoas estavam ligadas à organização criminosa na Rua da Glória, revelou a polícia.

Os traficantes com maior poderio aliciavam, inclusive, moradores de rua do Núcleo Bandeirante para a função de “fogueteiros”. Em troca de drogas, principalmente crack, as pessoas em situação de rua exerciam o papel de alertar os criminosos para uma possível presença policial. Para isso, eles gritavam, soltavam foguetes ou acenavam.

A comunidade, por ser pequena, os traficantes conheciam qualquer carro que não fosse de propriedade de algum morador da rua. A presença de veículos “estranhos” era o suficiente para os fogueteiros entrarem em ação e os traficantes correrem e dispensarem as drogas. A via estreita e com espaço praticamente para apenas um automóvel acabava sendo um ponto favorável para a fuga.

Darcianne Diogo
postado em 03/02/2025 13:25
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