
Após quase 20 dias da bárbarie, a empregada doméstica Oscelina Moura Neves de Oliveira, 44 anos, uma das três mulheres baleada em 16 de janeiro pelo delegado Mikhail Rocha e Menezes, 46, permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base. Ao Correio, familiares informaram que ela tem tido febre alta nos últimos dias, pois adquiriu um quadro de pneumonia na unidade de saúde. Apesar disso, a mulher apresenta melhoras significativas e tem se alimentado e dormido regularmente.
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Davi Roque, esposo de Oscelina, comemora cada melhora mínima da esposa. Em seus relatos, carregados de fé, faz questão de relembrar o estado em que a mulher chegou ao hospital e a forma como está agora. "De todas as noites que eu tenho ficado com ela, essa (noite de segunda [3/2]) foi a que ela dormiu melhor. Ela ainda tem febre, mas os médicos estão controlando com medicamentos", disse.
A família tem se revezado para acompanhar Oscelina no hospital. Ela continua passando por exames, uma vez que a pneumonia está sendo tratada, e, ainda sim, a febre alta continua. Segundo Davi, a equipe médica desconfia da possibilidade de ser algo relacionado ao procedimento cirúrgico. "São duas hipóteses, uma é da pneumonia que ela pegou no hospital e a outra é que talvez haja um pontinho de pus na barriga dela, mas eles estão fazendo exames para descobrir a causa. Se for realmente na barriga, eles vão precisar fazer um dreno e uma limpeza, mas ainda não tem nada definido", apontou.
Relembre o caso
O crime aconteceu na manhã de quinta-feira (16/1). Mikhail tomava café na cozinha de casa, no Condomínio Santa Mônica, no Jardim Botânico, quando atirou contra a esposa, Andréa Rodrigues Machado, de 40 anos, e a empregada doméstica Oscelina Moura.
Após o crime, Mikhail foi até o Hospital Brasília, acompanhado do filho de 7 anos e do cachorro da família. Na recepção, exigiu atendimento prioritário à criança.
A enfermeira Priscila Pessoa, 45 anos, chefe do pronto-socorro do hospital, saiu da sala de pediatria e foi até o delegado. Ela perguntou o estado da criança e Mikhail respondeu que o filho sofria de dores abdominais e problemas psicológicos. A profissional voltou a questioná-lo se o garoto precisava de atendimento. Em resposta, o delegado disse que não e que tinha atirado em um robô.
Enquanto discutia com a enfermeira, Mikhail disse que contaria até cinco se não tivesse atendimento. Caso contrário, atiraria. Ele contou até três e efetuou disparos no pescoço e no ombro de Priscila.