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"O tarifaço dos EUA preocupa, e é preciso cautela", afirma o presidente da Fibra

Em entrevista, o presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) e vice-presidente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Jamal Bittar alerta para os impactos das novas tarifas americanas nas exportações do DF

Segundo Bittar, o tarifaço atingirá empresas que precisam muito do mercado americano -  (crédito:  Carlos Vieira/CB/DA.Press)
Segundo Bittar, o tarifaço atingirá empresas que precisam muito do mercado americano - (crédito: Carlos Vieira/CB/DA.Press)

O presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) e vice-presidente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Jamal Bittar, afirmou que o chamado tarifaço, imposto pelos Estados Unidos, tem motivações políticas e pode afetar diretamente as exportações do Distrito Federal. A declaração foi dada durante entrevista ao programa CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília — nesta terça-feira (5/8). Às jornalistas Ana Maria Campos e Samanta Sallum, Bittar avaliou que o cenário é de incerteza, mas exige firmeza na defesa do setor produtivo brasileiro.

"O que tem prevalecido, infelizmente, é a incerteza e a insegurança. Não temos ainda o jogo claramente definido”, afirmou. Embora o volume das exportações do Distrito Federal para os EUA seja relativamente pequeno, ainda é um número considerável, com cerca de US$ 8 milhões, e os prejuízos podem ser relevantes para as empresas locais.

“Você atinge empresas que precisam muito do mercado americano. Algumas delas têm mais da metade do seu faturamento dependente desse mercado. Sempre defendo que, quando se atinge uma empresa, atinge-se muita gente. Não se pode minimizar isso”.


Retaliação

Jamal também destaca que a importação do DF é quase 40 vezes maior. "Se for aplicada a Lei de Reciprocidade, que já está aprovada e apenas aguarda efetivação, o exportador americano perde mais. O DF é um grande importador, e, se os produtos americanos ficarem mais caros, naturalmente vamos buscar outros mercados”, completa Bittar.

Questionado sobre a possibilidade de o Brasil adotar uma retaliação comercial em resposta ao tarifaço, Bittar é taxativo: “A palavra retaliação está sendo evitada em todos os ambientes. Não sei se politicamente seria o adequado. Quanto menos se provocar alguém tão instável e complexo como o presidente americano, melhor. O setor industrial não quer entrar em confronto neste momento”.

Mesmo assim, ele pondera que, se não houver abertura para o diálogo, o Brasil terá que responder. “Se não conseguimos nenhuma negociação, o país precisa reagir de alguma forma, para equilibrar as questões internas e externas e proteger o seu mercado. Eu prefiro chamar de ‘política de reciprocidade’ e não de retaliação. É uma forma de proteger o consumidor nacional e restabelecer o equilíbrio nas relações comerciais”.

*Estagiária sob a supervisão de Patrick Selvatti

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postado em 05/08/2025 18:14 / atualizado em 05/08/2025 18:15
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