
Tive o privilégio de entrevistar, na última semana, a cantora e ativista pelos direitos dos povos amazônicos Fafá de Belém. Sua músicas sempre estiveram presentes no meu repertório de fã da MPB, seja nas trilhas de novela, seja nos clássicos que ela interpretou e que romperam a bolha da cultura pasteurizada.
Digo que foi um privilégio pois, além de artista consolidada na cultura nacional, Fafá tem carisma, autenticidade e gentileza. É daquelas pessoas de quem é bom estar perto. Ao longo da carreira, sempre lutou pelos direitos e liberdades dos brasileiros e, hoje, concentra os esforços e doa o talento às causas ligadas à sua terra natal e à nossa floresta.
Num resumo do que pensa sobre a democracia brasileira hoje, ela, que participou da campanha das Diretas Já e da Constituinte, resumiu com maestria o sentimento que deveria dominar os discursos e as ações não só entre todos nós, cidadãos do mundo, mas essencialmente dos três Poderes constituídos.
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"Estamos em uma trajetória de democracia, esse processo democrático é fundamental, com seus erros e acertos. É como uma criança aprendendo a andar, ainda dá tempo de errar e de consertar. O importante é sempre consertar para o rumo das liberdades conquistadas e adquiridas, de forma democrática e com respeito ao outro. O ódio não leva a lugar nenhum", disse ela na entrevista, na qual eu estava acompanhada da colega Adriana Bernardes.
Para entrar no campo das coisas mais fúteis e logo explicar o motivo do título desta crônica, quero salientar que eu e Adriana fomos alvo de inveja de quem não teve o mesmo privilégio, e também - e ao mesmo tempo - de admiração e elogios, é claro. Acontece que conversando nos corredores da redação com o colega cronista Severino Francisco acabei virando eu a invejosa.
Eu contava sobre a experiência de ter estado com Fafá e ele, sempre muito gentil, assentia, balançando a cabeça e perguntando mais detalhes, preparando o terreno para… me matar de inveja. Contou então da vez que entrevistou Paulo Leminski, Hilda Hilst e Waly Salomão. E, no caso de Severino, nunca é só uma entrevista. Ele sempre se conecta com os artistas em um plano de sabedoria que poucos terão capacidade de alcançar.
Mas eu estava preparada. Munida do livro recém-lançado do próprio cronista, parceria com Dea Barbosa — A profissão do sonho —, peguei um autógrafo caprichado, que guardarei sempre como lembrança das nossas conversas sobre crônicas, entrevistas e política. Invejosos dirão que estou mentindo. Para eles, digo apenas: morram de inveja!
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