
Laíza Ribeiro*
O pesquisador da Embrapa Marcelo Ayres comentou sobre as mudanças climáticas durante o CB.Agro — parceria do Correio com a TV Brasília — desta sexta-feira (15/08). Aos jornalistas Roberto Fonseca e Sibele Negromonte, ele também comentou sobre tecnologias usadas para a recuperação de áreas degradadas.
Marcelo afirmou que a agricultura e a pecuária no Brasil são sustentáveis e utilizam uma série de tecnologias que permitem a produção de alimentos para o Brasil e para o mundo de forma sustentável. Marcelo também citou o programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono) e afirmou que melhorias e ajustes ainda precisam ser feitas, mas que as metas serão alcançadas.
“É óbvio que ajustes e melhorias sempre precisam ser feitas, então a gente não tem dúvida que essas metas serão alcançadas, assim como foram na primeira fase do programa ABC. Naquela época, superamos até as metas que o Brasil tinha estabelecido”, frisou.
Sobre o custo do uso de tecnologias, Ayres comentou que os valores estimados pelo governo são de cerca de 139 bilhões de reais. “Por isso ainda não aconteceu na plenitude e na velocidade que se esperava. Temos números, para você recuperar uma pastagem degradada, entre R$ 7 mil a R$ 8 mil por hectare. E também teremos um incremento significativo em produtividade, onde sairemos de 25, 30 arrobas por hectare por ano para 110, 120. Ou seja, pode triplicar o que você consegue produzir na mesma área”, disse.
O pesquisador também pontuou sobre como a adoção de novas práticas para a recuperação de pastagens nos dá vantagem no mercado internacional. “O grande diferencial da nossa pecuária é que ela é feita a pasto. Aqui, a gente cria o chamado boi verde. Então, apenas 15% do que abatemos, vem de confinamento. E hoje, temos parcerias com a Marfrig, por exemplo, para botar no mercado o selo de carne e carbono neutro”, comentou.
Ayres acrescentou que, a recuperação das pastagens também reduzirá a emissão dos gases causadores do efeito estufa. “Uma pastagem degradada, é uma pastagem que perdeu a capacidade produtiva. Ela oferece menos alimento para os animais. Quanto mais esses animais demoram para pastar, mais tempo eles levam para crescerem e irem ao abatedouro. Ao recuperá-las, nós aumentamos a oferta de forragem e reduzimos o tempo entre o nascimento e abate, diminuindo as emissões dos gases de efeito estufa”, complementou.
Assista a entrevista completa:
*Estagiária sob supervisão de Patrick Selvatti
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