
Um grupo criminoso suspeito de aplicar golpes de extorsão pela internet foi preso nesta quarta-feira (20/8), em Montes Claros (MG). De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), os investigados atraíam vítimas por meio de anúncios falsos em sites de acompanhantes, exigiam depósitos via Pix e depois ameaçavam divulgar informações pessoais, se passando por integrantes de facção criminosa.
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A investigação começou em fevereiro de 2025, quando um homem de 31 anos foi alvo do golpe após acessar um site de acompanhantes. Ele combinou um programa por R$ 100 em um hotel de Taguatinga e realizou o pagamento via Pix. Logo em seguida, recebeu uma nova exigência de mais R$ 100 para liberação do quarto, o que levantou sua desconfiança. Ao desistir do encontro, passou a receber mensagens ameaçadoras no WhatsApp de um homem que se dizia integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) e “cafetão” da garota de programa. O criminoso exigiu R$ 500, alegando prejuízos, e chegou a enviar fotos da família e de um veículo da vítima retiradas de suas redes sociais, o que aumentou o clima de intimidação. Veja as mensagens:
Com medo, a vítima fez a nova transferência, totalizando R$ 600. No entanto, os suspeitos continuaram com as cobranças e pediram mais R$ 1,5 mil, sob a promessa de “encerrar o assunto”. Diante da escalada de ameaças e da impossibilidade de pagar, o homem procurou a Polícia Civil e registrou ocorrência, dando início às investigações que resultaram na identificação e prisão do grupo.
Segundo a PCDF, o grupo era estruturado e dividido em funções: enquanto uma das mulheres criava os anúncios e se passava por garota de programa, outros integrantes faziam as ameaças, movimentavam o dinheiro e usavam contas de “laranjas” para receber os valores.
De acordo com o delegado Ataliba Neto da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Norte), a investigação avançou a partir do rastreamento dos pagamentos. “Como os depósitos eram feitos via Pix, identificamos os beneficiários e vimos que já havia outros casos semelhantes. Isso nos levou até os principais responsáveis, que criavam os anúncios e faziam as extorsões", explicou.
A polícia já identificou ao menos quatro vítimas no DF e outras no Rio de Janeiro, mas acredita que o número seja muito maior. “Com a análise de celulares e computadores apreendidos, vamos dimensionar quantas vítimas eles faziam por semana e quanto lucravam com o crime”, informou.
O caso traz um alerta à população. “Nunca faça pagamentos antecipados em contatos virtuais e evite expor dados pessoais em redes sociais. Na dúvida, procure a delegacia. Muitas vezes, só de conversar com o policial a vítima descobre que é golpe", destacou o delegado.
Os cinco investigados foram presos. Eles vão responder por extorsão e organização criminosa, cujas penas somadas podem chegar a 18 anos de prisão.
Cidades DF
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