
As circunstâncias da morte do estudante Isaac Vilhena também chocaram as autoridades do Governo do Distrito Federal, que se manifestaram após o crime numa das regiões consideradas entre as mais seguras da capital da República.
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), argumentou que se trata de um caso isolado, reforçou ações de segurança pública e criticou a atual legislação sobre menores que cometem crimes. "Temos agido no combate à criminalidade de forma muito rigorosa. Mas acho que o que reforça a percepção do sentimento de impunidade é a questão da maioridade penal.
É uma reflexão muito necessária. Por que o adolescente, com 16 anos, pode votar? É considerado capaz de várias coisas, mas ele não pode ser penalizado?!", questionou. Ela se referiu ao fato dos autores da tragédia serem menores de idade DCA.
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Celina Leão prestou solidariedade aos familiares de Isaac Vilhena: "Como é que fica a família vendo um adolescente deste (com esse cenário impune)? Porque, em três horas, o crime foi solucionado. A Polícia Civil solucionou e prendeu. Mas você imagina como é que ficam as famílias... Qual vai ser a punição dos (outros) meninos?", reforçou.
A governadora em exercício apontou ainda a defasagem no quadro de policiais militares, mas o esforço do GDF em realizar concursos públicos e promover treinamentos de aperfeiçoamento da corporação. "Tivemos o número de 5 mil aposentados, entre policiais, no último governo", diz. "Pegamos um governo sucateado na segurança pública, com delegacias fechadas; fizemos a maior contratação de policiais da história do DF. Estamos investindo em monitoramento, há câmeras em todas as cidades", afirmou.
Jovens na criminalidade
O secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, está acompanhando de perto as apurações do caso. "É muito chocante no nosso país vermos jovens de 14, 15 anos, nas ruas, ociosos, cometendo crimes em vez de estarem nas escolas ou em atividades que contribuam para a formação educacional e profissional. Temos de fazer essa séria reflexão. Além de perguntar sobre policiamento, devemos questionar junto o porquê desses jovens estarem nas ruas. É uma questão que vai além da segurança pública. Da nossa parte, estamos fazendo tudo para a prevenção e mais uma vez em poucas horas o crime foi elucidado pela polícia", disse ao Correio, Avelar.
O secretário prestou solidariedade à família e lembrou que ele mesmo foi um adolescente que jogava bola exatamente no mesmo parque. "Eu cresci naquela quadra, jogava bola ali. Estamos todos em comoção", contou. Segundo ele, a dinâmica do crime aponta ter sido uma caso que não deve estar associado a quadrilhas especializadas. "Não temos esse tipo de crime organizado aqui no DF. A ocorrência mostra que os menores envolvidos não têm experiência e levaram um celular que pôde ser rastreado", explicou. Avelar ainda destacou que a região é uma das mais seguras não só do DF como do "mundo", pelo baixos índices de criminalidade.
"Caso isolado"
O secretário de relações internacionais Paco Britto e ex- vice-governador do DF, que acompanhava Celina ontem em agenda oficial na Torre de TV, também se manifestou sobre o episódio. "A postura que o governo de Ibaneis Rocha tem tido em todos esses oito anos de governo é de combate a todos os atos ilegais do DF.
Tanto é que a segurança do Distrito Federal está entre as melhores do país. Isso (a morte de Isaac) foi um caso isolado, como há em toda a cidade grande. Temos 3 milhões de habitantes, mais um contingente de habitantes todo que gira aqui. E nós temos o mesmo corpo policial de anos atrás: 12 mil policiais", argumentou. Paco Britto confirma maiores investimentos na tecnologia de informação para diminuir casos de crimes similares.
"Estamos com 3 milhões de habitantes, mais o entorno todinho que chega a 6 milhões de habitantes; num policiamento que era para atender 2 milhões de habitantes. Tem que haver uma visão maior também do governo federal e uma ajuda na recomposição das remunerações", reforçou.
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