
A partir do contraste entre um ser livre, que voa, e da rigidez aprisionante, a peça Borboletas de concreto — vozes de Marielle reconstrói a trajetória da vereadora que se tornou ícone da luta contra desigualdades. “Ela era delicadeza em meio à brutalidade”, diz Bruno Estrela, diretor do espetáculo que estreia nesta sexta-feira (25/7), às 20h, no Teatro dos Bancários. Sessões no sábado (26/7), às 20h, e no domingo (27/7), às 18h, data em que Marielle Franco faria 46 anos, completam a temporada de apresentações.
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O espetáculo retrata a infância de Marielle na favela da Maré e toda “a atuação intelectual e política, marcada pela defesa das mulheres negras, da população LGBT, dos moradores de favelas e dos direitos humanos”, aponta a diretora artística, Silvia Viana. A peça também evidencia violências e dificuldades enfrentadas nesse percurso, o que “exigiu muito emocionalmente”, segundo a atriz Mila Ellen. “Tivemos que transformar essa dor em força cênica, mas sem cair em estereótipos de vitimizações.”
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Ex-professora da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, Silvia Paes retorna aos palcos na pele da pessoa com a qual compartilha anseios: “A busca para que todos tenham qualidade de vida e acesso à cultura e à educação de qualidade”, aponta. Junto a Milla Ellen, elas interpretam, em diferentes momentos, a vida de Marielle, papel para o qual concorreram mais de cem pessoas. “Representar uma mulher negra com uma importância gigantesca para o cenário político do nosso país é uma responsabilidade enorme”, afirma Mila Ellen.
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Na montagem, cenas biográficas se mesclam a performances e inserções musicais. A dramaturgia costura cenas da vida de Marielle com vozes e corpos que ela representava. “A história dela ecoa nas batidas do rap porque ambas nascem da luta por justiça, por voz e por transformação”, ressalta Cristyle. “Todos os elementos de raiva, reflexão e denúncia presentes nas letras do rap são transversais a diversas pessoas negras e periféricas”, concorda Maralto. Os dois artistas brasilienses participam das inserções musicais.
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“A obra aborda o assassinato brutal de Marielle, o silêncio, os protestos e o grito que não se cala. O espetáculo transforma essa tragédia em um chamado à memória viva e à continuidade da luta”, resume Silvia Viana. “Quero usar a jornada dela de forma quase didática para mostrar o óbvio a quem insiste em não enxergá-lo”, complementa Bruno Estrela.
Serviço
Borboletas de concreto — vozes de Marielle (Casa de Ferreiro Companhia de Teatro)
Sexta (25/7) e sábado (26/7), às 20h, e domingo, às 18h, no Teatro dos Bancários (314/315 Sul). Ingressos a partir de R$ 15 (meia-entrada) mais taxa de R$1,50, disponíveis no site Bilheteria Digital. Classificação indicativa 14 anos.
*Estagiário sob supervisão de Nahima Maciel
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