
No domingo (27/7), às 17h30, o Jardim do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (CCBB Brasília) recebe o Carrego o que posso, faço quintal onde dá, espetáculo do Coletivo Entrevazios que traz teatro, memória e resistência feminina. Com entrada gratuita e classificação indicativa livre, o espetáculo dá vida às histórias de mulheres migrantes que deixaram suas terras em busca de um futuro melhor na capital recém-construída.
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A apresentação integra a programação da exposição Arte Subdesenvolvida, em cartaz no CCBB até 3 de agosto, que reúne obras de artistas brasileiros entre as décadas de 1930 e 1980 para refletir sobre o conceito de subdesenvolvimento e seus desdobramentos políticos, sociais e culturais. A exposição traz pinturas, esculturas, discos, livros e documentos de nomes como Candido Portinari, Anna Maria Maiolino e Paulo Bruscky, e propõe uma reinterpretação crítica do termo que marcou o olhar externo sobre países como o Brasil durante grande parte do século 20.
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Fruto de uma pesquisa com mulheres que testemunharam a construção de Brasília, o espetáculo propõe uma experiência sensorial e poética sobre as histórias de migrantes que vieram erguer a capital federal e ali criaram raízes. Na dramaturgia, objetos como panelas, lamparinas, roupinhas de bebê e máquinas de costura se tornam protagonistas silenciosos de narrativas esquecidas — símbolos de afetos, lutas e cotidianos invisibilizados na época.
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“Esses objetos guardam um mundo que raramente cabe nos livros de História. São vestígios de vidas que resistiram na intimidade das casas, longe das grandes narrativas”, afirma Sandra Vargas, atriz e fundadora do Grupo Sobrevento. “Falamos de uma Brasília que quase ninguém conhece, onde as mulheres foram muito mais do que coadjuvantes da construção.”
A proposta do grupo Sobrevento é oferecer uma escuta sensível à cidade e seus habitantes — especialmente aqueles historicamente marginalizados. Criado em 2014, o Coletivo Entrevazios desenvolve projetos que investigam as relações entre corpo, território e memória. Entre seus trabalhos anteriores, destacam-se o documentário Barraca de Memórias (2023) e a intervenção Lourença (2021), ambas marcadas por uma linguagem entre teatro, história e poesia.
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Com curadoria de Moacir dos Anjos e produção da Tuîa Arte, o espetáculo convida o público a revisitar o debate sobre desigualdades estruturais que ainda persistem, apesar da mudança de vocabulário que passou a tratar países como o Brasil como “emergentes”. A apresentação do Coletivo Entrevazios dialoga diretamente com essa proposta, ao recuperar histórias de mulheres que carregaram o peso do progresso em suas costas, sem nunca figurar nos registros oficiais.
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Além da acessibilidade garantida com tradução em Libras e audiodescrição, o CCBB disponibiliza transporte gratuito por meio do programa Vem pro CCBB, com vans que saem da Biblioteca Nacional.
Serviço
Neste domingo, 27 de julho, às 17h30, no Jardim do CCBB Brasília. Entrada gratuita com retirada de ingressos no site: bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB. Classificação livre. Acessibilidade com libras e audiodescrição. Vans gratuitas entre a Biblioteca Nacional e o CCBB, de quinta a domingo, das 13h às 20h (ida) e das 13h30 às 21h30 (volta).
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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