
O Cine Cultura está de volta, depois de uma reforma, com dois espaços dedicados a exposições de arte. As galerias — uma chamada Luis Humberto e outra, Francisco Galeno, em homenagem ao fotógrafo e ao artista — recebem, respectivamente, uma coletiva de fotógrafos e uma mostra dos trabalhos mais recentes de Fernando Madeira.
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Tempos de luta é uma homenagem a Luis Humberto, um dos ícones da fotografia de Brasília e cujas imagens do poder ao longo de décadas traziam uma inteligência e uma ironia que inspiraram uma geração. "É uma coletiva pensando em pessoas que conviveram com Luis Humberto e foram inspiradas por ele, em que o trabalho tocou, de alguma maneira", explica Zuleika de Souza, que ajudou, em parceria com Luiza Venturelli, a selecionar os fotógrafos convidados.
Além de Zuleika e Luiza, que também mostram fotos na exposição, fazem parte da coletiva Paula Simas, Leopoldo Silva, Lula Lopes, André Dusek, Kim-ir-Sen, Carlos Moura, Anderson Schneider e Ivaldo Cavalcante. "A gente pensou em quem tinha alguma afinidade com ele", diz Zuleika. Luiza e André Dusek participam com impressões vintage de algumas imagens e Leopoldo Silva mostra uma série sobre os índios krahôs. Paula Simas levou as mesmas imagens que expõe no site do Instituto Moreira Salles e Ivaldo Cavalcanti escolheu um trabalho polêmico de crítica ao Congresso Nacional. Carlos Moura leva material feito na Praça dos Três Poderes durante o tempo em que trabalhou no Supremo Tribunal Federal (STF) e Zuleika escolheu uma série sobre o Quilombo do Mesquita.
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Na Galeria Francisco Galeno, Fernando Madeira reúne uma série de 19 trabalhos intitulada Os pássaros. Confeccionadas em técnica mista de colagem e pintura, as obras mergulham no universo das aves do cerrado, uma inspiração encontrada pelo artista em um pequeno folheto sobre as espécies presentes no Centro-Oeste. "Gosto de passarinho desde menino", conta o artista, que já chegou a ter os animais engaiolados, mas decidiu soltá-los quando, um dia, refletiu sobre liberdade. "E pensei 'nunca mais vou aprender'", disse.
Angélica Madeira, autora do texto que acompanha a exposição, lembra que a simbologia dos pássaros é muito antiga e remete a vários universos. "O pássaro pode ser visto como mediador entre céu e terra, o alto e o baixo", explica, ao lembrar que não dá para separar pintura e colagem na maneira como Fernando Madeira utiliza as duas técnicas. Algumas mais estilizadas, outras menos, as obras do artista nem sempre focam em apenas um pássaro e, muitas vezes, eles os sobrepõem de maneira que pareça uma revoada.
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Na entrada do cinema, haverá também uma exposição de 15 esculturas da Sanagê Cardoso com curadoria de Wagner Barja. A disfunção do clipe toma como ponto central um objeto comum de escritório para atribuir-lhe diferentes contextos que remetem à apropriação de objetos e atribuição de valor artístico.
Diversão e Arte
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