Com obras de 34 artistas de 22 regiões administrativas, a exposição Território, arte e tecnologia inaugura amanhã no Espaço Oscar Niemeyer com o objetivo de mostrar a diversidade da produção local e o impacto da tecnologia na arte contemporânea. Organizado pelo espaço Vilarejo 21 e com curadoria de Marcela Campos, o projeto propõe um passeio por experimentações que transitam por objetos, esculturas, sons, impressões, pinturas e textos com temas como memória, ancestralidade, cultura digital, resistência e ocupação.
A intenção do projeto era proporcionar diferentes perspectivas do uso da tecnologia nas artes. Cada um dos 34 artistas convidados recebeu uma caixa com o que a curadora chama de "objetos instigadores", mecanismos materiais, espécies de suportes para disparar a produção. Faziam parte desse kit canetas que imprimem com filamento de plástico em 3D, lâmpadas de led com microprogramação, motores simples, microscópio e outros. "São vários objetos de tecnologias variadas e todos esses materiais foram ofertados aos artistas. Cada um recebeu uma caixa com esses materiais que poderiam usar ou não nas obras da exposição", conta Marcela. Cada artista recebeu um minicurso com videoaulas sobre temas específicos da tecnologia. A partir dessas aulas e dos objetos, os artistas criaram as obras, para as quais levaram suas próprias poéticas.
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Enquanto alguns utilizaram os objetos, outros optaram por não inserir nenhum elemento tecnológico nos trabalhos. É uma decisão que, segundo Marcela, também anuncia uma ideia. "Tiveram artistas que optaram, inclusive, por não trabalhar com tecnologia dentro das obras e mostrar o lugar do medo na tecnologia. É uma questão contemporânea pensar como a tecnologia está avançando tão rápido e como isso impacta nossa sociedade E isso está expresso nas obras", diz a curadora.
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Quando recebeu os trabalhos dos artistas, Marcela pode fazer um recorte cuja diversidade é a maior marca. "Quando observo essa criação de cada artista, consigo ver que, mesmo tendo uma temática, cada obra tem uma visão muito particular, muito individual", explica. "Os artistas têm trajetórias diferentes, perspectivas diferentes, são de territórios diferentes e isso fica impresso nos trabalhos. Alguns são mais conceituais, outros têm uma pegada mais política, outros buscam mais um lugar ligado à arte, tecnologia e saúde. Outros têm a ver mais com a questão territorial."
Cada artista traz para a exposição uma forma de interpretar a tecnologia. "Isso é o mais importante. Para mim, a grande questão dessa exposição são as várias visões do que pode ser tecnologia. Existem vários modos de se ver a tecnologia dentro de um trabalho", avisa a curadora.
