Por trás dos heróis do campo, existem mentes pensando todo o jogo e arquitetando as vitórias nos gramados do Distrito Federal. Faltando exatamente 50 dias para a edição de 2024 do Campeonato Candango começar, os 10 clubes envolvidos na disputa não perderam tempo e trataram de confirmar os profissionais responsáveis por dirigir os times à beira do campo. Não há nenhuma equipe com o cargo vago.
No apanhado geral, Brasiliense, Ceilândia, Planaltina e Santa Maria apostam na manutenção. Assim, o quarteto terá os mesmos nomes nos comandos das pranchetas em relação ao ano passado. Por outro lado, Capital, Ceilandense, Gama, Real Brasília e Samambaia seguiram o caminho inverso e trocaram de treinador.
Outra mudança é a presença de uma nacionalidade estrangeira na competição após oito anos somente de brasileiros no comando. Em 2016, o italiano Amedeo Mangone foi treinador do Gama, levando o alviverde às semifinais, ao cair para o futuro campeão, Luziânia. Agora, o uruguaio Hugo Burgos, do Planaltina, é o único correspondente internacional à beira das quatro linhas.
Assim como o charrúa, os demais nove treinadores também sabem os caminhos da competição, marcada entre 13 de janeiro a 21 de abril, aniversário da capital. As equipes já conhecem os rivais de toda a primeira fase, confirmada via sorteio do Conselho Arbitral, no começo deste mês. Veja, agora, quem são os nomes que lideram os clubes competidores do campeonato distrital.
Brasiliense: Luís dos Reis
Prezando por uma continuidade no projeto atual, o Jacaré manteve o comandante de 61 anos no cargo. Nos últimos dois anos, ele conquistou o título da Segundinha. Em contratos por empréstimo, colocou Samambaia e Ceilandense na elite, mas falhou ao tentar colocar o time amarelo na Série C do Campeonato Brasileiro. Com o estabelecimento do elenco, apoiado pelo retorno recente das categorias de base, Luís se postula como um dos técnicos mais influentes de toda a competição.
Capital: Paulinho Kobayashi
O Coruja investiu forte na hora de escolher um profissional capaz de dar o primeiro título candango ao clube. Campeão da Série D do Brasileirão pelo Ferroviário-CE, o ex-meia chegou ao time com um pacote de reforços oriundos do clube cearense para estruturar uma sólida espinha dorsal dentro de campo, já sendo incluído na prateleira de favorito a levantar a taça do Candangão 2024.
Ceilândia: Adelson de Almeida
Os ajustes internos são a aposta do Gato Preto para voltar a competir em âmbito local. Após uma campanha abaixo do esperado no torneio local de 2023 — abafada pela ida às oitavas de final da Série D — a formação alvinegra segue com o comando mais longevo da história do clube para buscar, ao menos, a vaga no mata-mata. Em 2024, o treinador pode chegar a até 343 jogos pela equipe, caso alcance a decisão, como nos feitos recentes de 2021 e 2022.
Ceilandense: Gabriel Teixeira
O sobrenome é conhecido da família gestora do trio completado por Brasiliense e Samambaia. Gabriel é filho e ex-auxiliar de Celso Teixeira, campeão candango pelo Jacaré em 2022, atualmente no ASA, de Alagoas. A oportunidade será a primeira na carreira como efetivo. No ano passado, esteve no Candangão, como auxiliar do pai, ao suceder Rogério Mancini e levar o Capital ao quarto lugar.
Gama: Cícero Júnior
Mais uma equipe a apostar em técnico de ascenso é o alviverde. Responsável pela promoção do Athletic, de Minas Gerais, à Série C neste ano — com direito a classificação sobre o Brasiliense, nos 16 avos de final — Cícero Júnior foi a primeira novidade gamense para o próximo ano. Além disso, o Periquito conta com um staff reforçado para a montagem do elenco, ao recrutar Luís Felipe de Assis como coordenador de futebol, após o mesmo ajudar o Paranoá a ser terceiro colocado no último Candangão.
Paranoá: Augusto César
Após 11 anos, o treinador da Cobra Sucuri volta a ser figura nos bancos de reserva da capital federal. O clube será o quarto da carreira na cidade, após comandar o Botafogo, o Brasília e o Gama no período entre 2010 e 2012. O retorno se dá após longa estadia nas categorias de base — com oportunidades no profissional — no Goiás, além de outros clubes do interior goiano.
Planaltina: Hugo Burgos
O Galo do Planalto buscou uma solução para além das fronteiras do Brasil para voltar à primeira divisão depois de mais de duas décadas. Para isso, o uruguaio precisou de dois anos de aplicação e conhecimento do próprio plantel para conquistar o acesso e devolver, além do alvirrubro à elite, um técnico de fora do país ao Candangão. Personagens novos no torneio, o estrangeiro e o time tentarão competir assim como na Segundinha para, ao menos, permanecer e manter os folclóricos atores na máxima categoria local.
Real Brasília: Ariel Mamede
Um nome conhecido no Leão regressa após três anos e meio. Em 2020, o comandante foi o responsável pela então melhor campanha do time da Vila Planalto no Candangão, ao levar a equipe ao terceiro lugar, caindo para o Brasiliense pela desvantagem de ter pior campanha da primeira fase. No meio tempo longe da cidade, teve experiências locais e nacionais em quatro estados, antes de regressar para tentar a defesa do título no próximo ano.
Samambaia: Gerson Ramos
Atual campeão candango pelo Real Brasília, o comandante terá rostos conhecidos no comando atual. O Salsichão é um dos clubes montados do núcleo de atletas do Brasiliense, derrotado na última decisão local. Agora, o técnico de 42 anos tentará ser bicampeão por dois times diferentes. O último a fazê-lo foi Vilson Taddei, em 2020 e 2021, por Gama e Brasiliense, respectivamente.
Santa Maria: Christian Ramos
Na terceira passagem pelo clube, o treinador da Águia Grená consolida o patamar de maior comandante da equipe. Mais uma vez, a missão será sobreviver a uma competição forte e exigente para a permanência, esperando ter no conhecimento de causa do profissional o trunfo para seguir na elite por mais um ano.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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