São Silvestre

São Silvestre tem recorde de inscritos, com 55 mil corredores

Na edição centenária, brasileiros correm contra jejum. Últimos pódios têm ligação com o Distrito Federal

Brasiliense Marilson Gomes dos Santos cruza linha de chegada em 2010: último brasileiro a vencer -  (crédito: Nelson de Almeida/AFP)
Brasiliense Marilson Gomes dos Santos cruza linha de chegada em 2010: último brasileiro a vencer - (crédito: Nelson de Almeida/AFP)

Carregada de história, a tradicional Corrida de São Silvestre tem ainda mais motivos para comemorar. Prometendo a maior edição de todos os tempos, a prova mais importante do calendário brasileiro entra em cena, hoje, comemorando 100 anos de existência. Em meio às celebrações pelo passado de glórias, a competição vive o desejo de quebrar o jejum de conquistas brasileiras e relembrar os tempos dourados impulsionados por atletas do Distrito Federal. Os pelotões largam a partir das 7h25, com as provas de elite começando às 7h40 (de Brasília). A TV Globo transmite.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

A espera por ver um atleta do país no topo do pódio da São Silvestre rompe a marca dos 15 anos. Em 2010, coube ao brasiliense Marilson Gomes dos Santos protagonizar a última conquista entre os homens. O derradeiro ouro feminino é ainda mais distante, mas também tem o Distrito Federal como pano de fundo. Nascida em Paracatu, mas radicada na capital, onde ainda mantém residência fixa, Lucélia Peres cruzou a linha de chegada em primeiro na edição de 2006. Desde então, atletas estrangeiros instituíram um domínio da prova realizada na icônica Avenida Paulista.

Até hoje, Marilson colhe os louros do feito. "Vencer uma prova como essa traz muito mais retorno que qualquer dinheiro. Eu, particularmente, posso dizer isso. Eu acho que é a maior prova que a gente tem no país, a mais popular, a que todo mundo assiste e ouve falar quando diz que está começando a correr. Então, é muito gratificante ter feito parte da história da São Silvestre". Na segunda-feira, o brasiliense foi eternizado ao entrar no Hall da Fama da prova. "É uma honra enorme", festejou o tricampeão do evento. Inaugurado neste ano, o seleto grupo conta com a brasileira Carmen de Oliveira, a portuguesa Rosa Mota e o queniano Paul Tergat.

Para comemorar os 100 anos de história, a São Silvestre promete a maior edição de todos os tempos. De acordo com a organização, são 55 mil atletas inscritos de 44 países diferentes. O número é o maior registrado. O Brasil é o país com mais corredores, seguido de Alemanha, Estados Unidos e Espanha. A premiação também reúne cifras inéditas: R$ 295.160,00. Os seis melhores colocados no masculino e no feminino receberão os valores, com os campeões levando para casa R$ 62.600 mil, cada.

Contra a concorrência

Diante do jejum de conquistas, os brasileiros voltam as atenções para os mais de 4,6 mil atletas internacionais inscritos na Corrida de São Silvestre. Enquanto os atletas nacionais miram interromper a incômoda sequência sem vitórias na principal prova do país, os estrangeiros correm de olho na manutenção da hegemonia. Os quenianos Wilson Too e Agnes Keino são os atuais campeões das provas de elite masculina e feminina.

"Eu estou me preparando desde o início do ano. A pressão, claro, é evidente. Mas o atleta de alto rendimento precisa lidar com isso", destacou Johnatas Cruz, quarto colocado na edição de 2024. O discurso é corroborado pela compatriota Nubia Oliveira. Terceira no ano passado, a atleta evocou o espírito das vencedoras anteriores para tirar o Brasil da fila. "Todas as mulheres que subiram ao pódio, que venceram a prova, me inspiram, como a gente que está agora nesse cenário motiva outras mulheres", prospectou.

De tanto irem bem, os concorrentes se sentem até brasileiros. O queniano Wilson Maina, por exemplo, mudou-se para Pouso Alegre, em Minas Gerais, e brincou até com o desejo de conseguir cidadania no país. No ano passado, ele cruzou a linha de chegada em sétimo. "Vou usar a estratégia de sair forte e ver o que acontece", explicou. Uma das favoritas no feminino, a queniana Cynthia Chemweno reforçou o carinho pela São Silvestre. "Eu me sinto muito bem aqui. As pessoas são muito amigáveis, todos te tratam muito bem durante o percurso", disse.

 


  • Google Discover Icon
DQ
postado em 31/12/2025 04:39
x