
O deputado Rogério Correia (PT-MG) dirigiu uma série de perguntas incisivas ao advogado Eric Douglas Martins Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis, preso no mesmo dia pela Polícia Federal durante a nova fase da Operação Sem Desconto durante a sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, nesta quinta-feira (13/11).
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Correia questionou o depoente sobre a origem dos recursos movimentados por seu escritório de advocacia, que, segundo as investigações, recebeu cerca de R$ 5,1 milhões de entidades e intermediários ligados ao INSS. Entre 2023 e 2024, Eric teria movimentado mais de R$ 10 milhões, valor considerado incompatível com o porte da banca que mantém em Brasília.
“Eu olho para o seu escritório e penso: quantos advogados de 34 anos conseguem manter uma estrutura dessas? Seu pai fez sete Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com entidades suspeitas. […] Depois que ele saiu, nenhum outro acordo foi firmado”, afirmou o deputado.
Correia também associou o nome de Eric a entidades investigadas, como a Conafer e a CBPA, que teriam recebido recursos públicos por meio de contratos fraudulentos. O parlamentar lembrou que alguns dirigentes dessas instituições foram presos na operação deflagrada nesta quinta-feira, entre eles Carlos Lopes, apontado como um dos articuladores do esquema.
“Essas entidades de fachada cobravam taxas de aposentados que nem sabiam que estavam filiados. O dinheiro saía direto da folha do INSS e ia parar nos escritórios que davam aparência de legalidade ao desvio. É o mesmo padrão que vimos em outros casos”, declarou.
Durante a oitiva, Eric Fidelis preferiu não responder às perguntas, amparado por habeas corpus e sob orientação de sua defesa. Ele se manteve em silêncio diante de questionamentos sobre seus clientes, contratos e movimentações bancárias.
Questionado também pela deputada Bia Kics (PL-DF) sobre uma possível interação com o ‘Careca do INSS’ e Alessandro Stefanutto, Eric se negou a responder. Para a parlamentar Eric repete “um padrão” nas respostas, “quando não conhece já diz logo que não”.
Correia ressaltou que as investigações mostram que o esquema atravessou governos de diferentes partidos, sendo mantido por servidores e intermediários com trânsito político.
“Essa quadrilha não começou agora. Ela vem de longe e sobreviveu a mudanças de gestão. O que mudou é que, hoje, a Polícia Federal trabalha com liberdade para investigar. É por isso que as prisões estão sendo feitas e o dinheiro dos aposentados está sendo devolvido”, afirmou Correia.
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