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Lula diz que "desavenças" entre Câmara e governo fazem "parte da democracia"

Comentário do presidente ocorre um dia após aprovação do PL da Dosimetria, que prevê redução de penas a condenados no STF pelo 8 de janeiro

"Não queremos unificar o país ideologicamente, mas unificar no tratamento civilizado que a gente tem que dar para a sociedade", destacou o líder petista - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva relativizou, nesta quarta-feira (10/12), as “desavenças” do governo federal em relação às pautas aprovadas na Câmara. O comentário, dito um dia após parlamentares aprovarem o Projeto de Lei (PL) da Dosimetria — que prevê redução de penas a condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação nos atos do 8 de janeiro.  

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“Então é o seguinte, eu estou muito tranquilo com o que está acontecendo no Brasil. Essa desavença da Câmara é parte da da democracia. A gente estava desabituado a isso sabe. Esse país está mudando para melhor, pode ter certeza que nós vamos entregar esse país civilizado à sociedade brasileira. Pode ter certeza”, reforçou o petista, no Palácio do Planalto, durante a cerimônia de anúncio de novas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O discurso do presidente abordou políticas públicas de iniciativa do governo federal, como obras da transposição do rio São Francisco e investimentos em saneamento básico, na educação, na política habitacional e na isenção do Imposto de Renda a trabalhadores que recebem até R$ 5 mil por mês.

Enquanto listava iniciativas do governo, Lula destacou haver diálogo do governo federal com prefeitos e governadores para a construção de ações do PAC. “O governo brasileiro tem obrigação de utilizar esse compartilhamento para que a gente possa unificar. Não unificar ideologicamente, mas unificar no tratamento civilizado que a gente tem que dar para a sociedade”, pontuou.

Ministros criticam aprovação da dosimetria

Enquanto o chefe do Executivo limitou-se a relativizar as divergências com a Câmara, ministros palacianos criticaram a conduta do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pela aprovação do PL da Dosimetria.

O ministro Guilherme Boulos, da Secretaria-Geral da Presidência da República, relembrou que a aprovação da dosimetria na Câmara ocorreu após o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) — pré-candidato a presidente indicado pelo pai, Jair Bolsonaro — ter estabelecido um preço para sua desistência na pré-campanha às eleições do ano que vem.

“7/12: Flavio Bolsonaro diz ter um preço para desistir da candidatura e apoiar Tarcísio. 9/12: Câmara aprova PL da Dosimetria para reduzir pena de Bolsonaro e outros criminosos. Coincidência? Ou é a direita pagando o preço de Flávio à serviço de Tarcísio?”, publicou Boulos no X.

A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais do Planalto, por sua vez, afirmou que o “projeto da dosimetria fragiliza a legislação de defesa da democracia e desafia as decisões do STF no julgamento dos golpistas, que ainda nem foi concluído”.

“Este é o resultado de interesses políticos entre a família Bolsonaro e os caciques da oposição ao governo. E quem vai pagar o preço dessa grande chantagem é o país, nossas instituições e nossa democracia, mais uma vez ameaçadas pelo golpismo”, escreveu no X.

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postado em 10/12/2025 15:22 / atualizado em 10/12/2025 15:31
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