
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (10/12), o projeto conhecido como PL Antifacção, que estabelece penas mais duras para crimes cometidos por facções criminosas e milícias. A proposta altera trechos da legislação penal e será enviada agora para análise do plenário da Casa.
O relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), apresentou uma versão que retoma pontos do texto original do governo e ajusta trechos aprovados anteriormente na Câmara. Entre as mudanças, ele incluiu a criação de uma nova taxação sobre casas de apostas esportivas online, as bets, para financiar o combate ao crime organizado. Os recursos serão direcionados ao Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP).
Segundo estimativas citadas pelo relator, a cobrança provisória, chamada de Cide-Bets, poderá gerar até R$ 30 bilhões por ano para estruturar forças policiais, aprimorar tecnologia e ampliar a infraestrutura do sistema prisional. A medida valerá até a entrada em vigor do Imposto Seletivo previsto na reforma tributária. Vieira afirmou que trabalhar sem recursos inviabiliza ações de segurança: “Sem dinheiro, o combate ao crime não existe”, destacou.
O texto também cria o tipo penal de facção criminosa, com pena entre 15 e 30 anos, e amplia punições para integrantes de milícias. O relator propôs ainda novas causas de aumento de pena para crimes cometidos com armas de guerra, como fuzis, e para casos em que o crime afete serviços essenciais, como portos, rodovias e aeroportos. Outras modificações reforçam medidas de investigação, como infiltração de agentes e ações controladas para apurar lavagem de dinheiro.
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A proposta estabelece prioridade na destinação de recursos a áreas de fronteira e determina que o governo apresente, em até 180 dias, um plano de reestruturação dos fundos de segurança existentes, como o Funad, o Funapol, o FNSP e o Funpen. O objetivo, segundo Vieira, é reduzir a “zona cinzenta” no fluxo das verbas destinadas ao setor.
Como o texto sofreu alterações no Senado, caso seja aprovado em plenário, deverá retornar à Câmara dos Deputados para uma nova rodada de votação. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, avaliou que o relatório recupera boa parte da proposta original do Executivo e representa um avanço no enfrentamento ao crime organizado.

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