PSB vê esforço de Hugo Motta em cumprir acordos e contrasta oposição

Pedro Campos diz que compromissos com a bancada foram respeitados e defende estabilidade na condução da Câmara

Campos relatou que participou diretamente da transição de apoio ao atual presidente da Câmara e disse não ter registros de quebra de palavra nas negociações com o PSB. - (crédito: Danandra Rocha)

Após o líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS), afirmar que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), perdeu “crédito” junto aos partidos oposicionistas, a avaliação da base governista seguiu em sentido oposto. Em café da manhã com jornalistas nesta quarta-feira (17/12), o líder do PSB na Câmara, Pedro Campos (PE), afirmou que todos os compromissos assumidos por Motta com sua bancada foram cumpridos e destacou o esforço do presidente da Casa em manter os acordos firmados durante o processo que o levou ao comando do Legislativo.

Campos relatou que participou diretamente da transição de apoio ao atual presidente da Câmara e disse não ter registros de quebra de palavra nas negociações com o PSB. “Absolutamente todos os compromissos que foram firmados do presidente Hugo Motta com a bancada do PSB foram cumpridos”, afirmou. Segundo ele, houve “esforço" de Motta em honrar o que foi acordado ainda no curto período de campanha interna.

Entre os exemplos citados, o líder socialista mencionou a indicação do deputado Gervásio Maia (PSB-PB) para a relatoria da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a escolha da deputada Tabata Amaral (PSB-SP) para a presidência da comissão do Plano Nacional de Educação (PNE) e a presença do partido na Mesa Diretora.

Para Campos, a postura do presidente da Câmara demonstra disposição em cumprir compromissos, ainda que isso, em alguns momentos, possa ter gerado desgaste político. “Talvez tenha mais atrapalhado do que ajudado, mas ele tem feito um esforço para cumprir os compromissos que fez”, avaliou.

O líder do PSB reconheceu, no entanto, que a condução de temas sensíveis contribuiu para o clima de tensão no Parlamento. Ele citou o impasse em torno de projetos relacionados à anistia e à dosimetria das penas, que opõem diretamente governo e oposição. “São pontos muito antagônicos. A esquerda, por exemplo, não quer anistia nem dosimetria. A oposição já tem uma bandeira pela anistia. Houve esse ruído”, disse.

Questionado sobre a hipótese de uma eventual recondução de Hugo Motta à presidência da Câmara, Campos evitou projeções para o futuro, mas afirmou que, no cenário atual, o PSB apoia a condução do deputado paraibano. Ele destacou que a bancada atuou para preservar a institucionalidade da Casa, inclusive durante momentos de crise, como a ocupação da Mesa Diretora por deputados da oposição. “Não interessava a ninguém o enfraquecimento da Câmara dos Deputados, nem o enfraquecimento do presidente Hugo Motta”, afirmou.

Segundo Campos, o PSB não tem interesse em tensionar a presidência da Casa e pretende colaborar para a estabilidade institucional ao longo do mandato. “Ele tem um mandato, foi eleito e é o presidente da Casa. A nossa disposição é ajudá-lo nessa condução, legitimá-lo nesse processo.”

A fala do líder socialista contrasta diretamente com a posição exposta por Luciano Zucco em encontro anterior com jornalistas. Na ocasião, o líder da oposição afirmou que Motta não cumpriu acordos e que a oposição deixou de confiar na presidência da Câmara, especialmente no que diz respeito à condução de pautas ligadas aos atos de 8 de janeiro de 2023 e a projetos de anistia.

Por Danandra Rocha

postado em 17/12/2025 15:48 / atualizado em 17/12/2025 15:55