Em um chamado que mistura arte e ativismo político, o cantor e compositor Caetano Veloso, 83 anos, voltou a convocar a população para um grande ato público neste domingo (14/12) na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Batizado de "Ato Musical 2: O Retorno", o evento está marcado para começar às 14h, com falas, e seguir às 16h com apresentações musicais, entre os postos 4 e 5.
A motivação inicial, conforme divulgado pelo artista, é a rejeição ao chamado "PL da Dosimetria", projeto aprovado na Câmara dos Deputados que pode beneficiar condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, a pauta do ato se expande para uma ampla defesa da democracia e uma lista de reivindicações que Caetano descreve como fundamental para o país.
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Caetano Veloso falou sobre a importância da mobilização, especialmente para as gerações mais jovens. "Pessoal jovem que vai para lá, que eu espero ver nas ruas. Eu fico pensando muito em quão importante isso é para eles, que é o futuro da vida dos brasileiros", disse.
Refletindo sobre sua longa trajetória, o artista vinculou a esperança no país à força da cultura. "Já vivenciei a esperança de o Brasil ser um lugar que possa dizer algo belo ao mundo. Terminei caindo na música popular, eu acho, porque a música popular é a área mais forte do Brasil. Acho que ela pode expressar os brasileiros e ajudar os brasileiros a se respeitarem mais", afirmou.
A expectativa é que, seguindo o modelo do evento anterior, outros artistas subam ao palco em Copacabana para reforçar o coro das reivindicações. A convocação finaliza com um apelo: "Venha e participe desse capítulo da luta coletiva do povo brasileiro!".
O evento é uma continuação do "Ato Musical" realizado em 21 de setembro no mesmo local, quando centenas de pessoas se reuniram contra a PEC da Blindagem, com shows de Caetano, Djavan, Chico Buarque, Gilberto Gil, Ivan Lins, Lenine e outros. A organização é do grupo 342 Artes, liderado por Paula Lavigne, esposa de Caetano, que promove mobilizações a partir da classe artística.
Além da oposição ao PL da Dosimetria, os organizadores listaram uma série de bandeiras que serão levadas às ruas: pela vida digna de mulheres e crianças e combate ao feminicídio, pela investigação das "emendas Pix" (repasses suspeitos a parlamentares), por transparência no Caso Master (banco alvo de operação da PF), contra o "PL da Devastação" e o Marco Temporal, projetos relacionados a questões ambientais e indígenas.
O artista também destacou que devem lutar pela atuação plena, técnica e imparcial da Polícia Federal e do MPF, por decoro e responsabilidade no Supremo Tribunal Federal (STF)pelo não à anistia de golpistas e por fim, por respeito ao Brasil e aos brasileiros. "Vamos devolver o Congresso para o povo", diz a convocação oficial nas redes sociais.
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