
Por Laíza Ribeiro* — O deputado Alberto Fraga (PL-DF) comentou sobre a PEC da Segurança Pública ao CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília — desta terça-feira (19/8). Às jornalistas Adriana Bernardes e Sibele Negromonte, ele também abordou temas como a adultização e o projeto que anistia os envolvidos no 8 de Janeiro.
Segundo o deputado, a PEC da Segurança Pública não inova e também não trata do combate ao crime organizado no país. “O crime organizado está avançando muito e esta PEC, em vez de trazer algumas medidas que pudessem resolver essa questão, não traz absolutamente nada”, afirmou. Para Fraga, as medidas que melhor tratariam a segurança pública seriam uma verba carimbada para o setor, mais capacitação para os servidores e investimento tecnológico . “Já que tem uma verba carimbada para a saúde e para a educação, por que não colocar um percentual para a segurança? Atualmente, a iniciativa privada investe cerca de R$ 500 bilhões no ramo, enquanto o governo investe R$ 1 bilhão. O que é R$ 1 bilhão para 27 estados da federação? Isso é irrisório”, completou.
Sobre o Plano Nacional de Segurança Pública, avaliou que fere o pacto federativo. “Você não pode achar que a segurança feita em Santa Catarina é igual ao estado da Bahia. Com essa proposta do governo, ele demonstra claramente que não conhece sobre segurança pública e quer interferir nas ações dos governadores”, enfatizou.
Adultização
Outro assunto foi a adultização de crianças e adolescentes. Para Alberto Fraga, enquanto não houver uma atualização do ordenamento jurídico, a situação não irá mudar. “Por que só agora resolveram? Pois somente agora, Felca, que é um influencer de grande magnitude, fez a denúncia”, disse. Fraga explicou também o porquê a bancada conservadora está se posicionando contra a punição de pessoas que cometem crimes contra crianças.
“O texto que está sendo analisado, a direita conservadora entende que há uma pretensão do governo de censurar as redes sociais. Em relação a adultização e o perigo que a internet oferece, estamos de total acordo. O governo quer censurar porque sabe que a direita possui uma grande parcela das redes hoje em dia”, afirmou.
Anistia
Alberto Fraga comentou sobre o projeto que anistia envolvidos no 8 de Janeiro, citando casos como o de Nelson Ribeiro, que roubou uma bola autografada de Neymar, e de Débora Rodrigues, que escreveu a frase “perdeu, mané” na estátua da Justiça.
“Essa dosimetria está completamente desequilibrada. A anistia que defendemos é para que as mães de família, essas pessoas que participaram da manifestação — não aquelas que vandalizaram o Congresso, essas, sim, merecem ser punidas — não por 17 anos.” Para Fraga, a denúncia de golpe foi criada pela esquerda. “Sem ter alguém armado, sem ter uma liderança ou instituição do Estado, foi um ato de vandalismo”, finalizou.
Emendas parlamentares
O deputado ainda sobre as emendas parlamentares envolvendo o nome dele. “A Tenda Mais foi um projeto feito em parceria com a Secretaria de Saúde e com o Hospital São Mateus, onde seriam escolhidas cinco cidades carentes do Distrito Federal para instalar uma tenda com atendimento em cinco especialidades. Pessoas que não conseguiam atendimento na rede pública seriam atendidas e sairiam de lá com medicamentos e receitas. Porém, semana passada, chegou um comunicado dizendo que ‘a emenda do deputado Alberto Fraga apresentou problemas na execução do projeto’ e que teria que devolver R$ 6 milhões”, disse. “Recentemente, essa questão de emendas parlamentares vem alcançando quase todos os parlamentares. Se a emenda praticar um ato ilícito, a responsabilidade é de quem fiscalizou o projeto, não do parlamentar.”
Eleições 2026
Quanto às eleições de 2026, Alberto Fraga disse que será candidato. “Eu estou conversando com alguns partidos. Já participei das eleições de 2018, onde eu perdi devido uma condenação feita de forma injusta. Se esses partidos entenderem que meu nome é bom para a disputa do governo, eu não tenho dúvidas de que participarei. Não posso permitir que o governador Ibaneis se perpetue no poder como ele quer”, antecipou.
Assista a entrevista completa:
*Estagiária sob supervisão de Malcia Afonso
Cidades DF
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