
A união faz a força. Um ditado popular tão conhecido, mas com extrema profundidade. Isso, sobretudo, para aqueles que precisam de suporte em momentos de dificuldade. Neste domingo (24/8), o Movimento Maria Cláudia Pela Paz realizou uma série de atividades no Parque que leva o nome da jovem, na 112/113 Sul. Em uma manhã regada de harmonia, amigos e familiares marcaram presença neste encontro para lá de especial.
Para Cristina Del'Isola, 66 anos, mãe de Maria Cláudia, assassinada em 2004 aos 19 anos, conta que momentos como esse são necessários, especialmente para celebrar a memória da filha. “Estarmos aqui, reunidos, com pessoas tão queridas e até mesmo desconhecidos, é fundamental para seguirmos em frente. Nesse espaço, nos preocupamos tanto com a saúde física quanto mental de todos”, completa.
Trabalhar tais emoções são pilares do movimento e, mais do que isso, dos valores que sustentam o projeto e a vida de Cristina. Ressignificar a dor é o principal ponto para ela, que também ajuda mulheres vítimas de violência, fazendo por esse público em nome das boas lembranças que teve com a filha. “Nessa manhã, tivemos muitas programações. Dança, acolhimento e até animais para aqueles que gostariam de adotar. Nos preocupamos com tudo”, finaliza.
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Memórias vivas
Maria Cláudia Medeiros, 56, era aluna de Marco Antônio Del’Isola, no Colégio Marista. Com ele, costumava brincar que o nome da filha do docente tinha sido em homenagem a ela, já que ambas são xarás. “Quando Maria Del’Isola nasceu, ele era meu professor. Brincava dizendo que o nome veio porque a melhor aluna da sala, certamente, era eu”, relembra. Presente no encontro, se diz feliz por poder celebrar reuniões iguais a essa.
Mais do que isso, recorda das qualidades de Marco e da boa relação que sempre tiveram. “Quando a Maria Cláudia morreu, todos ficamos tristes, sobretudo pela história escabrosa do assassinato. Por isso, nos mantivemos nesse movimento, que é um show de amor e acolhimento. Aqui, mantemos as pessoas unidas, auxiliamos mães grávidas, solo e mulheres vulneráveis. O mal que aconteceu a ela virou uma corrente do bem para seguirmos adiante”, acrescenta.
Quase na mesma época, Rafael Scalia, 50, também conviveu com a família Del’Isola, já que estudava no Marista quando Marco Antônio era diretor. Emocionado, lembra do quanto o pai de Maria Cláudia era importante para as pessoas que se aproximavam dele. Além disso, se disse inspirado ao ponto, inclusive, de ter seguido a mesma carreira do amigo. “Marco se importava com a gente. Olhava para cada pessoa, sabia o nome de todos. Virei professor pensando nele. Ele se preocupava muito com o próximo”, finaliza.
Hoje, não atua mais como decente e, sim, como gestor de projetos. No entanto, leva para a própria vida as qualidades e virtudes de um diretor de escola que jamais vai esquecer. Aberto ao diálogo e extremamente religioso, sabia bem como ser afetuoso com todos ao redor. E isso, bom, Rafael guardará para sempre consigo. “Marco nos engrandeceu. Não haveria Marista senão fosse pela sua presença.”
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