
No foyer do Teatro Nacional, familiares, amigos e alunos de Gisèle Santoro se despedem da bailarina, um símbolo marcante na dança do Distrito Federal. As bailarinas presentes, filhas de Tia Gi, como se denominam, se reuniram em volta do caixão e dançaram em homenagem à artista.
Inara Ramos, 24 anos, começou a dançar no Seminário Internacional da Dança, aos 12 anos. “Meu tio era motorista no Teatro Nacional. Ele conversou com ela, contou minha história, meu sonho com a dança. Ela me deu uma bolsa para o Seminário Internacional de Dança de Brasília. Foi quando eu conheci o mundo da dança. Hoje eu sou bailarina profissional, então, eu trabalho com isso. Eu sempre sonhei com isso”, conta a bailarina.
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A bailarina destaca que Gisèle dizia que era necessário dançar com a alma. “Eu acho que ela viu a minha alma dançante antes de qualquer pessoa. Ela falava muito que eu não podia trair o planeta com o meu talento. Eu tinha o meu talento e eu tinha que usar ele no mundo. Se eu desperdiçasse isso, eu estaria traindo o mundo, traindo um dom que Deus me deu. Eu amava muito isso nela, acho que é um legado que não morre”, comenta.
Leiliane Rebouças, diretora da Associação dos Amigos do Teatro Nacional Claudio Santoro, relata a importância de Gisèle para Brasília. “Eu era uma grande fã dela e eu sempre achei que a Dona Gisele é uma guerreira, que ela foi uma das nossas fundadoras da Atena, a Associação dos Amigos do Teatro Nacional, era uma pessoa que estava sempre disponível para a gente, mesmo nos últimos anos, ela fazia questão de estar com a gente”, relata.
Para Leiliane, Gisèle era um ícone da cultura e uma pioneira. "Eu gostava muito de ouvi-la contar as histórias do início de Brasília, ela falava das dificuldades que ela teve com o seu marido aqui no teatro, as dificuldades que ela tinha para fazer os espetáculos. Então, eu ficava fascinada cada vez que ela contava as histórias, porque a história de Dona Gisele é a história de Brasília. Ela vai deixar um vazio muito grande”, complementa.
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