
Foram tentativas frustradas, e, depois de 20 anos, na luta por emplacar um filme de corrida, fosse de moto ou carro, o astro Brad Pitt acertou o alvo. Com o respaldo de megaprodutores como Jerry Bruckheimer (Amageddon e Bad boys) e Lewis Hamilton, sete vezes campeão de F1, Pitt declarou sobre F1, a estreia de hoje: "Foi uma das experiências mais extraordinárias que já tive. Acho que transparece na tela". O diretor de fotografia chileno Claudio Miranda — lembrado por As aventuras de Pi, Top Gun: Maverick e O curioso caso de Benjamin Button — assumiu o enquadramento, em muito sob a perspectiva dos pilotos do filme chamados Sonny Hayes (Pitt) e Joshua Pearce (Damson Idris), e que, por vezes, dispunham (sem dublês) da habilidade dos astros, ao volante. Perseguindo realismo, a equipe de cinema fimou em circuitos reais de corridas, culminando com registros, em 2024, da etapa do Grand Prix de Abu Dhabi.
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"Enferrujado", três décadas longe do curso da Fórmula 1, Sonny dá exemplo de reconfiguração de estratégias e de valores, nas pistas. Já, na vida real, na pré-estreia do filme em Londres, o filme do mesmo cineasta de Top Gun: Maverick, Joseph Kosinski, propiciou o encontro das lendas Pitt e Tom Cruise (que encabeçaram Entrevista com o vampiro). O estimado orçamento de US$ 200 milhões para bancar F1 equivale ao resultado de bilheteria, no primeiro fim de semana, do novo filme de Cruise (o derradeiro Missão: Impossível). Do mesmo cineasta de F1 e Oblivion (2013), Maverick (que contou com Cruise) rendeu quase US$ 1,5 bilhão.
No cenário de vigor das gigantes MacLaren e Ferrari, a fictícia equipe APXGP (em que Sonny e JP se unem, e desunem) emplaca uma "lata velha" para o chamado "coroa" Sonny. Mas, ele não demora a vaticinar: "Com este carro, esqueçam". Impondo dedicação e trabalho duro para os colegas, o piloto, que rumina glórias do passado, concentrado tão somente no trabalho em campo, de disparada em velocidade, renega aquilo que, para JP (e sua contemporaneidade), faz todo o sentido granjear mídia, engajamento e seguidores nas redes sociais.
Se trata, brevemente, de personalidades como Ayrton Senna, Michael Schumacher, Nigel Mansell e Alain Prost, na tela, F1 deu chão para outra adimaração: aos 33 anos, Damson Idris chamou o colega, Pitt (61), de "monumento vivo do cinema", e à revista People, celebrou a equidade de papéis, fator assegurado por Pitt: "Ele fez questão de que os dois personagens fossem iguais — então estou extremamente em dívida com ele, e mal posso esperar que as pessoas assistam". A escalada da dupla parte de um momento crítico para Ruben (papel de Javier Bardem), magnata que, em dívida de US$ 350 milhões, reclama a experiência e o conhecimento de Hayes.
Nos bastidores do filme, o domínio de dados fluiu de Lewis Hamilton. "Ele nos manteve na linha, dizendo: 'Não, isso não funciona', até mesmo em relação ao som e das reverberações", pontuou, Pitt, à imprensa estrangeira. No roteiro do longa, o barulho vem da turbulência mantida entre os protagonistas, que, mesmo da mesma equipe, trocam farpas de "babaca" e "cara de idiota", enquanto Sonny detecta Pearce (o JP) como "convencido e arrogante". Num primeiro momento, em cenário de perdedores, falidos, os componentes da APXGP terão destino ainda mais posto à prova, dadas as penalidades e infrações — para além de graves acidentes.
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Com expresso "grande respeito pelos pilotos de F1 e pelas velocidades alcançam", o ator Damson Idris não chegou à velocidade dos 320 km de campeões, mas correu muito em cenas que contemplaram o GP da Itália (Monza), o berço da F1 (em Silverstone) e o Grand Prix em Liège (Bélgica). No corre-corre do cotidiano, os pilotos terão nutridas as relações pessoais em torno de figuras como Bernardete (Sarah Niles), a mãe de JP; Kate (Kerry Condon), a diretora técnica da equipe de corridas e ainda Tobias Menzies, que interpreta o ambivalente papel de Banning.
Diversão e Arte
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