CULTURA

Mais de 750 nomes do audiovisual cobram regulamentação do streaming

Carta enviada a Lula e autoridades, assinada por nomes como Fernanda Torres e Walter Salles, alerta que Brasil pode virar apenas mercado consumidor se o setor não for regulado

Walter Salles e Fernanda Torres integram os nomes que assinaram a carta  -  (crédito: Robyn Beck / AFP)
Walter Salles e Fernanda Torres integram os nomes que assinaram a carta - (crédito: Robyn Beck / AFP)

Uma carta assinada por mais de 750 profissionais do audiovisual brasileiro — entre diretores, atores, produtores e demais artistas — foi enviada nesta semana ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades, com um apelo direto: que a regulamentação do streaming no país avance com urgência.

O documento também foi encaminhado ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), à ministra da Cultura, Margareth Menezes, e à secretária nacional do audiovisual, Joelma Gonzaga.

No texto, os signatários defendem que o deputado Hugo Motta reconduza a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) à relatoria do projeto de lei que trata do tema — o PL 2331/22. O documento apresentado por Feghali estabelece uma contribuição mínima de 6% da receita bruta das plataformas de streaming para o fomento ao audiovisual brasileiro, percentual inferior ao recomendado pelo Conselho Superior do Cinema, que propõe 12%.

“Audiovisual é identidade em movimento”, afirma um trecho da carta. “Ele conta quem somos, de onde viemos e nos ajuda a imaginar para onde queremos ir. É também o que constrói a memória de um país.”

Assinam o documento nomes de peso do cinema nacional, como Adirley Queiróz, Anna Muylaert, Daniel Filho, Fernanda Torres, Fernando Meirelles, Gabriel Mascaro, Gabriel Martins, Heitor Dhalia, Helena Ignez, Joel Zito Araújo, José Padilha, Julia Rezende, Julio Bressane, Kleber Mendonça Filho, Laís Bodanzky, Luiz Carlos Barreto, Petra Costa, Wagner Moura e Walter Salles, entre muitos outros.

Ao final, a carta alerta para o risco de estagnação do setor em caso de omissão do Estado: “Sem regulação, o Brasil corre o risco de se tornar apenas um mercado consumidor, sem consolidar uma indústria nacional capaz de gerar emprego, renda e projeção internacional.”

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postado em 07/08/2025 14:36 / atualizado em 07/08/2025 14:37
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