
Acordar assustado após ter sonhado com ratos costuma provocar desconforto imediato. Para muitos, a primeira reação é buscar na internet um significado rápido para esse tipo de sonho — quase sempre associado a azar, sujeira ou ameaça. Mas e se, na verdade, for um recado do inconsciente pedindo atenção? “O sonho não é um presságio, é uma mensagem simbólica”, afirma a psicóloga Karol Miranda.
Segundo a especialista, a psicologia não trabalha com significados fixos ou universais para sonhos. “O sonho é uma produção do inconsciente que precisa ser lida dentro da história de vida de cada pessoa”, explica.
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De forma simbólica, o rato pode representar algo que “rói por dentro”: pequenos incômodos, tensões silenciosas ou medos negligenciados. “Muitas vezes, os sonhos são ecos de conflitos que ainda não foram resolvidos”, pontua.
A imagem do rato também carrega um peso histórico e científico. Nos estudos comportamentais de B. F. Skinner, o animal foi amplamente utilizado em experimentos sobre aprendizagem e resposta a estímulos. Isso, segundo Karol, influencia o imaginário coletivo. “O sentido do sonho depende da relação subjetiva do sonhador com o rato. Para alguns, ele é uma praga; para outros, um animal inteligente, resiliente ou até sagrado.”
- Leia também: O que significa sonhar com cobra no fim do ano?
Fim de ano, ciclos e sonhos intensos
Não é raro que esse tipo de sonho apareça com mais frequência no fim do ano. Para a psicóloga, o calendário emocional pesa. “O fim do ano é um marco de encerramento de ciclos. O inconsciente aproveita esse período de balanço para trazer à tona o entulho emocional que ficou para trás”, afirma.
Por isso, segundo a psicóloga, sonhar com figuras invasivas pode sinalizar a necessidade de uma “faxina interna” antes do início de um novo ciclo.
Expectativas frustradas, metas não alcançadas e decisões adiadas também influenciam o conteúdo dos sonhos. Karol compara esse processo a um computador sobrecarregado. “É como manter muitas abas abertas ao mesmo tempo. O sonho funciona como um processamento noturno dessa pressão emocional”, explica. As imagens desconfortáveis surgem como um alerta de que algo precisa ser organizado.
Medo, transformação e vulnerabilidade
Apesar da repulsa que o rato costuma causar, o símbolo também pode apontar para transformação. “O rato é um animal extremamente resiliente e adaptável”, lembra Karol. Ela explica que o desconforto costuma ser a porta de entrada para a vulnerabilidade. “Sonhar com algo que causa aversão pode ser um convite para olhar para aquilo que estamos tentando esconder de nós mesmos.”
A cultura tem papel central nesse processo. No Ocidente, o rato costuma ser associado a doenças e escassez. Já em outras culturas, como na Índia, ele é reverenciado como sagrado no Templo de Karni Mata. “O sonhador precisa escavar seus próprios sentidos: o que esse animal representa para mim?”, provoca a psicóloga. A resposta, segundo ela, muda completamente a interpretação do sonho.
Ansiedade, estresse e invasões noturnas
Estados de ansiedade e estresse são gatilhos frequentes para sonhos de invasão ou perda de controle. A psicóloga observa que a sobrecarga emocional se manifesta no mundo interno. “O estresse desequilibra o sistema psíquico e aparece em sonhos que refletem a exaustão da vida real”, diz.
Na clínica, a psicóloga percebe que muitas pessoas encontram sentido ao registrar seus sonhos. Ela lembra que, historicamente, os sonhos sempre foram vistos como mensageiros. “Na tradição bíblica, São José foi orientado em sonho. Isso mostra que o sonho sempre foi compreendido como portador de chaves importantes para a vida.”
Para a psicologia, não importa tanto a quantidade de ratos ou o estado em que aparecem, mas sim o afeto envolvido. “Não tabelamos imagens. O que importa é o que a pessoa sente”, ressalta Karol. Sensações de invasão ou contato corporal podem indicar limites emocionais sendo ultrapassados na vida desperta.
Quando o sonho se torna recorrente e começa a gerar sofrimento, insônia ou angústia persistente, é um sinal de alerta. “Se o sonho invade o cotidiano e rouba energia, a psicoterapia é o espaço seguro para escavar esses sentidos”, orienta.
Para lidar com sonhos desconfortáveis, a recomendação é simples e profunda: presença. Karol sugere anotar os sonhos ao acordar, sem julgamentos, e investir em uma rotina equilibrada e em higiene do sono. “O pesadelo não é um inimigo. Ele é um mensageiro”, afirma. E conclui: “Em vez de buscar respostas prontas, olhe para sua vida real. O sonho pede menos pressa e mais sentido.”
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