CINEMA

O Agente Secreto: NY Times cita Tânia Maria entre melhores atuações de 2025

Estreante nos cinemas ganhou o título de "melhor atuação de cigarro" e foi ovacionada pelo jornal norte-americano

O The New York Times incluiu a atriz Tânia Maria, a dona Sebastiana de O Agente Secreto, entre as melhores atuações de 2025. Aos 77 anos, a estreante dos cinemas conquistou o veículo norte-americano, que deu a ela o título de “melhor atuação de cigarro” com direito à análise sobre a força da artista em cena. 

“De fato, Tânia Maria se torna uma figura mais do que secundária neste filme importante, a cuidadora de um grupo de refugiados políticos, dissidentes que se opõem à brutalidade da ditadura militar brasileira. O único cigarro que a vemos fumar é durante essa apresentação. Mas ela anuncia que fuma há 60 dos seus 78 anos. O hábito de fumar de Maria é um triunfo da personalidade sobre as circunstâncias; é como dizer: ‘Se eu conseguir vencer esses cigarros, consigo vencer essa ditadura’”, diz a crítica.

“Que poderosa metáfora para sua trajetória pelo mundo. Ela praticamente não tem créditos em filmes, mas possui tudo o que se espera de uma pessoa diante das câmeras: toda a vida que ela já viveu”.

A análise do jornal descreve a surpresa quando Tânia entra em cena e o magnetismo dela em cena. O NY Times também elogiou o diretor Kleber Mendonça Filho pelo “olhar incansável para as pessoas”.

O ator Wagner Moura também foi um dos destaques do ano, segundo o veículo. O artista aparece ao lado de Jacob Elordi, Jessie Buckley e outros nomes na lista de Grandes Atores. Na seleção, o NY Times questiona artistas sobre como manter a intensidade cena após cena. "Eu ainda sinto felicidade como uma criança", destacou o protagonista. 

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NY Times sobre Tânia Maria

Em certo momento de “O Agente Secreto”, há uma cena de rua à luz do dia, e essa mulher simplesmente entra em cena, quase encostando na câmera. Enquanto ela espera, você pensa: espero que este filme saiba que deveria ser mais sobre essa pessoa — alguém que não aparenta ter mais de mil anos. Ela é uma verdadeira dama, mas singularmente, peculiarmente glamorosa em um vestido de estampa botânica e óculos escuros. O motivo pelo qual você a nota é que ela segura um cigarro nos lábios e está fumando com vontade. Ela empunha o cigarro como pessoas idosas mais convencionais usam uma bengala. Bastou um olhar para eu saber: eu a queria. Mas falando sério: ela era uma figurante? O roteirista e diretor Kleber Mendonça Filho tem um olhar incansável para as pessoas. De fato, Tânia Maria se torna uma figura mais do que secundária neste filme importante, a cuidadora de um grupo de refugiados políticos, dissidentes que se opõem à brutalidade da ditadura militar brasileira. O único cigarro que a vemos fumar é durante essa apresentação. Mas ela anuncia que fuma há 60 dos seus 77 anos. O hábito de fumar de Maria é um triunfo da personalidade sobre as circunstâncias; é como dizer: "Se eu conseguir vencer esses cigarros, consigo vencer essa ditadura". Que poderosa metáfora para sua trajetória pelo mundo. Ela praticamente não tem créditos em filmes, mas possui tudo o que se espera de uma pessoa diante das câmeras: toda a vida que ela já viveu.

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