
O deputado federal Rodrigo Rollemberg(PSB-DF) afirmou que a fragilidade institucional tem marcado o trabalho legislativo no Congresso. Segundo ele, a Câmara tem votado temas complexos sem debate adequado.
“A gente entra no plenário sem saber o que vai votar. Pautas complexas, questões tributárias, processo penal — um conjunto de matérias sobre as quais não temos como nos debruçar com profundidade e debater”, afirmou o parlamentar, durante o debate Desafios 2026: democracia, desenvolvimento e justiça social no Brasil contemporâneo, realizado nesta quarta-feira (10/12) pelo Correio Braziliense.
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Rollemberg demonstrou também preocupação com a presença de grupos criminosos na política. “É muito difícil coletar assinaturas para a CPI do Banco Master. A cada dia surgem novas revelações de uma teia de relacionamentos que permitiu ao banco chegar onde chegou”, declarou.
Ele mencionou a compra de títulos inexistentes e as tentativas de aquisição para cobrir operações anteriores. Para o deputado, esse cenário se conecta a outras iniciativas recentes. “Não é coincidência que, no mesmo mês, avançaram a PEC da Blindagem, pressões sobre a Polícia Federal e tentativas de alterar a diretoria do Banco Central.”
Margem Equatorial
Sobre a agenda ambiental, Rollemberg afirmou que o país carece de estratégia de longo prazo. Ele criticou articulações para flexibilizar o licenciamento ambiental.
“É preciso agilizar e modernizar o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), até porque os grandes prejudicados a médio e longo prazo serão os próprios agricultores. A ciência já demonstrou que o regime de chuvas do Centro-Oeste e do Pantanal depende da floresta amazônica e dos rios voadores. Se devastarmos a Amazônia, teremos uma mudança radical no sistema de chuvas e a agricultura perderá”, explicou.
Rollemberg defendeu também que o Brasil utilize a exploração da Margem Equatorial para financiar a transição energética. “O planeta é um só. Se deixarmos de vender petróleo, outros venderão. Vamos aproveitar essa riqueza para trazer benefícios para a floresta amazônica. Podemos transformar o setor que mais emite carbono, que é o desmatamento, no que mais remove emissões através de reflorestamento. Também podemos transformar a agricultura, segunda maior emissora, em um setor que remove carbono”, disse.
O deputado apresentou, ainda, uma proposta para direcionar 20% dos royalties da Margem Equatorial para três fundos. Um terço iria ao Fundo Amazônia, para financiar bioeconomia e restauração florestal; outro terço ao Fundo Clima, para apoiar energias renováveis, biometano e hidrogênio; e o último terço ao Fundo de Desenvolvimento Industrial, voltado à descarbonização da indústria intensiva em emissões. “É buscar recursos para avançar na transição e trazer benefícios à população”, afirmou.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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