PRECONCEITO

Coletivo LGBTQ+ do Palmeiras se manifesta após post homofóbico de jogador

Após vitória do Palmeiras sobre o São Paulo, atacante Vitor Roque fez publicação ofensiva em rede social; coletivo LGBTQIAPN+ do próprio Palmeiras se manifestou contra o episódio

O coletivo LGBTQIAPN+ do Palmeiras, Porcoíris, divulgou uma nota de repúdio ao conteúdo publicado pelo jogador -  (crédito:  Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
O coletivo LGBTQIAPN+ do Palmeiras, Porcoíris, divulgou uma nota de repúdio ao conteúdo publicado pelo jogador - (crédito: Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Após a vitória do Palmeiras sobre o São Paulo, no último domingo (5/10), o atacante Vitor Roque se envolveu em uma polêmica nas redes sociais. O jogador publicou uma imagem de um tigre, símbolo que faz referência ao seu apelido, “Tigrinho”, após atacar um veado, em uma provocação ao time rival. O termo “veado”, é frequentemente usado de forma pejorativa contra pessoas LGBTQIAPN+, o que deu à publicação um teor homofóbico.

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Pouco tempo depois, a postagem foi apagada. O episódio, no entanto, gerou reação. O coletivo LGBTQIAPN+ do Palmeiras, Porcoíris, divulgou uma nota de repúdio ao conteúdo publicado pelo jogador. “Homofobia não é rivalidade. É crime”, afirmou o grupo, destacando que a postagem reforça comportamentos homofóbicos ainda enraizados no futebol brasileiro.

Publicação feita no perfil de Vitor Roque e que logo foi apagada
Publicação feita no perfil de Vitor Roque e que logo foi apagada (foto: Reprodução/Instagram)

O comunicado oficial também critica a naturalização de discursos de ódio dentro e fora dos estádios. “O post já foi apagado, mas reforça o comportamento homofóbico enraizado no futebol, que violenta a população LGBTQIAPN+ como um todo”, segue o texto. “Nunca podemos comemorar plenamente uma vitória num Choque-Rei, porque, seja nas arquibancadas, nas redes sociais ou dentro do elenco, há situações abjetas de homofobia. Discurso de ódio não é torcer. Homofobia é crime.”

“O Brasil é o país em que mais pessoas LGBTQIAPN+ são assassinadas no mundo”, lembra o texto, que também lamenta a recorrência de discursos de ódio dentro e fora dos gramados. “Discurso de ódio não é torcer. Homofobia é crime e a rivalidade não pode ser baseada em posturas criminosas”, conclui a nota.

O Correio entrou em contato com o Palmeiras, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço continua aberto para manifestações. 

Leia a nota do coletivo na íntegra: 

"Nós, do Coletivo Porcoíris, repudiamos a postagem homofóbica feita por um dos jogadores mais importantes do atual elenco do Palmeiras. Homofobia não é rivalidade. É crime.

O post já foi apagado pelo atleta, mas reforça o comportamento homofóbico enraizado no futebol, que violenta a população LGBTQIAPN+ como um todo, e não apenas as pessoas envolvidas com esse esporte de forma mais direta, como torcedores e jogadores rivais. O Brasil é o país em que mais pessoas LGBTQIAPN+ são assassinadas em todo o mundo.

Nunca podemos comemorar plenamente uma vitória num Choque-Rei porque, seja nas arquibancadas, nas redes sociais ou dentro do elenco do próprio Palmeiras, há situações abjetas de homofobia. É ainda mais lamentável quando essa postura irresponsável vem de atletas que vestem nossas cores e representam nosso clube escudo. Discurso de ódio não é torcer. Homofobia é crime e a rivalidade não pode ser baseada em posturas criminosas.

O Palmeiras nasceu das diferenças e, por elas, continuará existindo"

 

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postado em 06/10/2025 17:40
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