A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou nesta terça-feira (16/12), durante participação no programa Bom Dia, Ministra, que o Concurso Nacional Unificado (CNU) foi estruturado para se consolidar como uma política de Estado, com continuidade garantida independentemente de mudanças de governo. A declaração ocorre em meio às expectativas de candidatos sobre uma possível terceira edição do certame.
Segundo a ministra, a proposta do CNU é de que o modelo se perpetue ao longo dos anos, nos moldes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para isso, a organização do concurso foi deslocada para a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), instituição de caráter permanente, o que assegura a continuidade do processo seletivo no longo prazo.
“Não se trata de um concurso de um governo específico, mas de um instrumento do Estado brasileiro”, reforçou Esther Dweck. De acordo com ela, a atual prioridade do ministério é concluir todas as etapas da segunda edição do concurso, enquanto uma terceira edição deve ficar para o próximo ciclo de governo.
A avaliação é compartilhada por especialistas da área. Para o professor Eduardo Cambuy, do Gran Concursos, a fala da ministra serve para tranquilizar os concurseiros. “Uma eventual mudança de governo não deve impactar o CNU. O modelo foi pensado para se manter, assim como o Enem, independentemente de quem esteja no poder”, afirma.
Modelo mais inclusivo e moderno
Criado para centralizar e padronizar a seleção de servidores federais, o Concurso Nacional Unificado tem como principal objetivo ampliar o acesso ao serviço público, reduzir custos e tornar o processo mais eficiente. A proposta reúne diversos órgãos em um único edital, com provas aplicadas simultaneamente em centenas de cidades do país.
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Para a professora Letícia Bastos, do Gran Concursos, o modelo veio para ficar justamente por representar uma mudança estrutural. “O CNU apresenta uma lógica mais moderna e inclusiva de seleção, que amplia o acesso de candidatos de todas as regiões e racionaliza o processo seletivo”, avalia. Segundo ela, a ministra destacou os impactos positivos das duas primeiras edições, tanto na adesão de órgãos quanto na democratização das oportunidades.
Terceira edição é esperada
A chefe da pasta afirmou ainda que o governo estuda a aplicação de uma terceira edição do certame, ainda sem data definida. A sinalização do governo sobre a continuidade do modelo não surpreende especialistas. “A terceira edição já era aguardada após a boa repercussão do CNU 2. Mesmo com ajustes necessários, o formato se mostrou eficiente e estratégico para a recomposição do quadro de servidores”, explica Letícia Bastos.
A professora destaca ainda que a consolidação do CNU permite planejamento de longo prazo e aproveitamento da estrutura já montada, além de incorporar aprendizados das edições anteriores.
Outro ponto ressaltado pelos especialistas é a mudança no perfil de avaliação dos candidatos. Diferentemente dos concursos tradicionais, fortemente baseados na memorização de conteúdo, o CNU busca aferir competências mais amplas.
“O foco está na capacidade de análise, argumentação e compreensão crítica do papel do servidor no contexto social e das políticas públicas”, afirma Letícia Bastos. Segundo ela, as provas discursivas e a abordagem de problemas concretos indicam uma tentativa de selecionar profissionais com visão estratégica, atuação colaborativa e capacidade de lidar com desafios complexos do Estado contemporâneo.
Durante o programa, Esther Dweck também destacou o protagonismo feminino observado na segunda edição do CNU, tanto no número de inscritas quanto no desempenho das candidatas. Para a ministra, o dado reforça o caráter inclusivo do modelo e seu potencial de promover maior diversidade no serviço público federal.
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