
Foi durante o governo Dilma Rousseff que foi instalada a Comissão Nacional da Verdade, que revelou detalhes sobre a morte de Rubens Paiva - (crédito: Ministério do Desenvolvimento Agrário)
A ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT) comemorou a vitória de Ainda estou aqui no Oscar de Melhor filme internacional na madrugada desta segunda-feira (3/3). Dilma afirmou que a premiação foi o reconhecimento da força da cultura brasileira.
“O Oscar de Melhor Filme Internacional para Ainda Estou Aqui é um reconhecimento da força da cultura brasileira. Uma homenagem merecida ao nosso cinema, ao diretor Walter Salles, às atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, ao ator Selton Mello e a toda a equipe do filme”, escreveu Dilma, que foi sequestrada e torturada durante a ditadura.
"Nossa emoção é ainda maior porque a premiação celebra uma obra que presta tributo à civilização, à humanidade e aos brasileiros que sofreram com a extinção das liberdades democráticas, lutando contra a ditadura militar", disse a ex-presidente.
- Leia também: "Ainda Estou Aqui" ganha o primeiro Oscar do Brasil
Dilma também afirmou ser "motivo de orgulho" saber que a história de Rubens Paiva só foi contada com detalhes por causa da Comissão Nacional da Verdade, criada em seu governo em 2012. Na comissão, foram reveladas informações até então desconhecidas sobre o sequestro, o assassinato e a ocultação do cadáver de Rubens Paiva. As informações foram fundamentais para o livro Ainda estou aqui, de Marcelo Rubens Paiva.
"É motivo de orgulho saber que a história de Rubens Paiva e de sua família — especialmente a busca incansável de Eunice Paiva pela verdade e pela justiça — pôde ser contada graças ao trabalho da Comissão Nacional da Verdade, que criei durante meu governo para investigar os crimes da ditadura", relembrou.
Em novembro de 2023, Marcelo Rubens Paiva comentou o tema em seu perfil do X. Ele compartilhou uma postagem que atribuía a Dilma Rouseff a “coragem” de enfrentar o tema. “Tenha dito! Por conta da Comissão da Verdade, tive elementos para escrever o livro Ainda Estou Aqui, e agora temos esse filme deslumbrante. E Dilma pagou um preço alto pelo necessário resgate da memória”, escreveu à época.
"Trata-se de uma vitória internacional histórica, que honra a todos os que se foram, assim como reverencia aqueles que ainda estão aqui, defendendo a democracia e combatendo o fascismo. Meus aplausos a todos que tornaram esse filme possível", disse Dilma.
Além de Melhor Filme Internacional, Ainda Estou Aqui também foi indicado em outras duas categorias: Melhor Atriz, com Fernanda Torres (venceu Mikey Madison, de Anora); e Melhor Filme (venceu Anora).